Finanças

Preço da cesta básica aumenta em 16 das 27 capitais pesquisadas pelo Dieese. No Rio, valor médio é de R$ 801,37

Em relação ao custo, São Paulo foi a capital com conjunto mais caro de produtos em outubro, enquanto Rio de janeiro ocupou quarta posição

Agência O Globo - 10/11/2025
Preço da cesta básica aumenta em 16 das 27 capitais pesquisadas pelo Dieese. No Rio, valor médio é de R$ 801,37

O preço da cesta básica aumentou em 16 das 27 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em outubro, na comparação com o mês anterior. As maiores altas ocorreram em São Luís (3,11%), Palmas (2,59%), Florianópolis (1,66%), Rio Branco (1,62%), Porto Alegre (1,49%), Goiânia (1,41%) e Fortaleza (1,38%).

Apesar de não figurar entre as maiores altas, o Rio de Janeiro teve a quarta cesta mais cara em outubro, no valor de R$ 801,37. A capital fluminense ficou atrás apenas de São Paulo (R$ 847,14), Florianópolis (R$ 824,57) e Porto Alegre (R$ 823,57).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 550,18), Maceió (R$ 592,25), Salvador (R$ 606,39) e Recife (R$ 608,03).

Comportamento dos preços

Batata - O preço do quilo aumentou em todas as cidades da região Centro-Sul, onde é pesquisada. Entre setembro e outubro, as elevações ficaram entre 6,06%, em São Paulo, e 34,32%, no Rio de Janeiro.

Óleo de soja - O valor subiu nas 27 cidades, entre setembro e outubro de 2025. As elevações oscilaram entre 1,21%, em Fortaleza, e 9,66%, em Belo Horizonte.

Leite integral - O preço apresentou comportamento variado, entre setembro e outubro, nas 27 cidades analisadas. Houve aumento em nove cidades, com destaque para Macapá (2,87%) e Natal (1,56%). Em Palmas, não foi registrada variação. As outras 17 cidades apresentaram redução no preço médio, principalmente Porto Alegre (-2,97%).

Carne bovina de primeira - O preço teve alta em 19 cidades, entre as quais se destaca Vitória (1,60%). Não houve alteração em Palmas. Em outras sete capitais, foi registrada queda de preços. A principal variação negativa foi observada em Brasília (-2,42%).

Café em pó - houve queda no preço do café em pó em 20 cidades, com variações entre -3,47%, em Curitiba, e -0,03%, em Manaus. Outras sete capitais tiveram alta de valor médio, com destaque para Natal (1,98%).

Arroz agulhinha - O preço diminuiu em 25 das 27 cidades pesquisadas, entre setembro e outubro. As taxas mais significativas foram registradas em Belém (-9,42%) e Palmas (-7,91%). Observou-se aumento em duas cidades: Macapá (3,71%) e Salvador (2,03%).

Feijão - O preço apresentou comportamento variado entre setembro e outubro nas 27 cidades analisadas. O tipo preto caiu em quase todas as localidades, com percentuais entre -7,86%, em Florianópolis, e -1,54%, no Rio de Janeiro. Já o tipo carioca, aumentou em 15 municípios, com destaque para Macapá (6,94%), Belo Horizonte (6,79%) e Brasília (5,43%);

Piso nacional e tempo de trabalho

Considerando a cesta básica mais cara, que em outubro foi a de São Paulo, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.116,83, ou 4,69 vezes o mínimo de R$ 1.518,00. Em setembro, o valor necessário era de R$ 7.075,83 e correspondia a 4,66 vezes o piso mínimo.

Além disso, em outubro, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica nas 27 capitais pesquisadas foi de 100 horas e 19 minutos, maior do que o registrado em setembro, quando ficou em 99 horas e 53 minutos.

Quando se compara o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, a análise aponta que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, nas 27 capitais, 49,29% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em setembro, esse percentual foi de 49,09% da renda líquida.