Finanças
Vieira e Rubio devem se reunir no Canadá em meio a impasse sobre tarifas e sanções
Ainda sem confirmação oficial, reunião poderá marcar um novo capítulo na tentativa de aproximação entre os governos Lula e Trump
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve se reunir nesta terça-feira com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, à margem da cúpula dos países do G7, em Niágara, no Canadá. Embora ainda não haja confirmação oficial, o encontro pode representar um novo passo na tentativa do governo brasileiro de encerrar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos e as sanções aplicadas a cidadãos brasileiros — entre eles o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, incluído na lista de punições sob a alegação de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Esta iniciativa representa mais uma etapa de uma negociação sensível, iniciada com um breve encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em setembro, nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Dias depois, ambos voltaram a conversar por telefone e, posteriormente, se reuniram na Malásia, ocasião em que Lula defendeu a normalização das relações econômicas e políticas entre os dois países.
O principal ponto de impasse é a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros — como aço, alumínio, calçados e etanol — imposta sob o argumento de concorrência desleal. Essas medidas se somam à investigação aberta pelos Estados Unidos com base na Seção 301, instrumento legal que permite a adoção de sanções unilaterais em casos de "práticas comerciais injustas". Entre os alvos da Casa Branca estão o registro de patentes de medicamentos, as tarifas de importação cobradas pelo Brasil sobre produtos industrializados, o tratamento concedido às grandes empresas de internet americanas e até o Pix, utilizado como meio de pagamento no país.
O governo Lula considera as sanções desproporcionais e insiste em sua revogação. Em declarações recentes, o presidente afirmou que o Brasil "não aceita punições políticas travestidas de medidas econômicas" e defendeu a revisão das tarifas "em nome da boa-fé nas relações internacionais". Há cinco dias, Lula avisou que, caso não haja avanço, voltará a dialogar diretamente com Trump para tentar destravar as conversas.
A escolha do G7 — grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, com a União Europeia participando como bloco — como palco para o diálogo entre Vieira e Rubio reforça o peso político da agenda. A expectativa é que, com o novo encontro entre os chefes das diplomacias dos dois países, as negociações técnicas possam avançar.
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