Finanças
Haddad defende presidente do Banco Central após críticas de Gleisi e destaca papel além da Selic
Pressão de ministros do governo Lula sobre Galípolo cresce por corte na taxa básica de juros, atualmente em 15%
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta segunda-feira (data), a condução da política monetária pelo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, após críticas públicas feitas pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Em entrevista à CNN Brasil, Haddad destacou uma série de medidas regulatórias que estão sendo implementadas pela autoridade monetária, ressaltando avanços recentes do BC.
“Tenho uma proximidade muito grande com o Gabriel, que foi indicado por mim para diretor do BC, e acredito que ele está fazendo um bom trabalho, do ponto de vista de uma série de procedimentos que estão sendo adotados para coibir abusos do sistema financeiro, muitos deles herdados. Falo especificamente da regulação de fintechs que está sendo feita pelo BC e da mudança no crédito imobiliário”, afirmou Haddad.
As críticas de Gleisi Hoffmann ao presidente do BC vieram após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% e sinalizou que o índice deve permanecer nesse patamar por um período prolongado.
“Acho que deixou a desejar, entendeu? O Galípolo. Deixou a desejar”, declarou Gleisi em entrevista à Agência Estado.
Haddad, por sua vez, reforçou: “O BC é mais do que a Selic, envolve muitas outras coisas.”
Segundo informações do jornal O Globo, cresce a pressão dentro do governo, especialmente entre ministros próximos ao presidente Lula, para que Galípolo promova um corte na taxa de juros.
Questionado sobre o tema, Haddad afirmou que há espaço para redução da Selic, opinião que, segundo ele, é compartilhada inclusive por representantes do setor bancário.
“Essa opinião também é avalizada pelos bancos que se reuniram comigo hoje pela manhã, de que a taxa de juros tem espaço para corte. E não é uma questão pessoal, é institucional: as pessoas manifestam suas opiniões, o mercado manifesta suas opiniões, o setor produtivo, a classe política, analistas, mas quem decide é o BC”, explicou o ministro.
Haddad se reuniu nesta segunda-feira com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
“Uma parte desses players concorda que já chegou a hora do ciclo de cortes da taxa de juros. Ninguém deveria se afligir com o debate honesto dessas questões”, concluiu Haddad.
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