Finanças
Tesouro prevê aumento de 10,8 pontos percentuais na dívida pública durante governo Lula
Endividamento pode atingir 82,5% do PIB ao final de 2026, aponta relatório
O Tesouro Nacional projeta que a dívida do setor público consolidado — que engloba União, estados e municípios — continuará em trajetória de alta até o fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026. A estimativa é que o indicador alcance 82,5% do Produto Interno Bruto (PIB) ao término do mandato.
A projeção faz parte da 7ª Edição do Relatório de Riscos Fiscais da União, divulgado nesta sexta-feira (14) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
O cálculo considera o endividamento do governo federal, do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e das administrações estaduais e municipais. Este é um dos principais indicadores acompanhados por investidores para avaliar a saúde fiscal do país.
Caso a previsão se confirme, a dívida bruta brasileira terá aumentado 10,8 pontos percentuais durante o governo Lula. Em dezembro de 2022, ao final do governo de Jair Bolsonaro, o índice era de 71,1% do PIB.
Se o endividamento atingir o patamar projetado, será o maior nível desde abril de 2021, quando chegou a 82,6% do PIB, conforme a série histórica do Banco Central iniciada em 2008. O recorde é de 87,7% do PIB, registrado em outubro de 2020, no auge da pandemia de Covid-19.
No relatório, o Tesouro ressalta que a redução sustentável da dívida, no médio prazo, depende da continuidade de reformas para melhorar o ambiente de negócios e estimular o crescimento econômico, sobretudo por meio de medidas que promovam a consolidação fiscal.
Juros elevados pressionam dívida
Um dos fatores que podem dificultar a reversão desse quadro é o cenário de juros elevados. O Banco Central sinalizou recentemente que a taxa básica de juros, a Selic, deve permanecer no atual patamar — o mais alto desde 2006 — por um “período bastante prolongado”. Parte significativa da dívida pública é corrigida pela Selic.
“Alterações na Selic impactam diretamente o custo da dívida pública, dada a elevada parcela de títulos vinculados à taxa de juros de curto prazo. Uma Selic 1 p.p. ao ano acima do cenário de referência até o fim do horizonte de projeção elevaria os juros nominais em média 0,6 p.p. entre 2026 e 2029, implicando gasto adicional de R$ 405,9 bilhões no período”, detalha o Tesouro.
Por outro lado, uma redução de um ponto percentual na Selic ao ano resultaria em economia de R$ 395,1 bilhões no mesmo intervalo, segundo o governo.
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