Finanças
China encerra embargo e retoma importação de frango brasileiro após caso de gripe aviária
Decisão ocorre sete meses após embargo; país asiático é o maior comprador da carne brasileira
A China anunciou nesta sexta-feira a suspensão da proibição de importações de frango do Brasil, medida imposta em maio após a confirmação do primeiro e único caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS).
O comunicado foi divulgado pela Administração Geral de Alfândegas da China, que, porém, não detalhou quais produtos específicos estão incluídos na liberação. O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, tem a China como seu principal mercado externo, responsável por uma parcela significativa das vendas.
Nesta mesma semana, a China também informou que removerá tarifas retaliatórias sobre alguns produtos agrícolas dos Estados Unidos e suspenderá controles de exportação sobre empresas americanas, após o ex-presidente Donald Trump reduzir de 20% para 10% as tarifas adicionais sobre produtos chineses importados pelos EUA. Essas tarifas haviam sido impostas com o objetivo de coibir o tráfico de fentanil para o território americano.
O embargo chinês foi decretado em 16 de maio, interrompendo temporariamente o fluxo de exportações brasileiras. Em setembro, uma comitiva técnica da China visitou o Brasil para auditar medidas de controle sanitário e confirmar que o país estava livre da doença.
O governo brasileiro declarou o país livre de gripe aviária em 18 de junho, após 28 dias sem novos registros em granjas, e comunicou oficialmente o novo status à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e aos demais países importadores.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil exporta frango para 151 países. Em 2024, a China comprou mais de 560 mil toneladas do produto brasileiro. Apesar da relevância do mercado externo, 64,6% da produção nacional é consumida internamente, com média de 45 quilos por habitante ao ano.
Importações suspensas foram retomadas
No total, 17 mercados suspenderam preventivamente as importações de frango e derivados de aves do Brasil devido ao foco de gripe aviária registrado em Montenegro, no interior do Rio Grande do Sul. Entre eles, China, Argentina e União Europeia. Diversas ações de contenção foram adotadas, incluindo barreiras de controle sanitário e sacrifício de animais.
Em setembro, todos os mercados, com exceção da China, já haviam retirado as restrições à carne de frango brasileira — entre eles, o Japão, terceiro maior comprador, e o Iraque, nono maior destino. A China, principal importadora de pés de galinha, era o único grande mercado que mantinha restrições.
Esse foi o primeiro registro da doença em aves de uma unidade comercial no Brasil; até então, o vírus H5N1 (variação do Influenza) só havia sido detectado em aves silvestres. Para evitar maiores prejuízos às exportações, o Ministério da Agricultura e autoridades gaúchas implementaram medidas de isolamento sanitário e buscaram convencer outros países a restringir apenas produtos da região afetada, como fez o Japão.
Em 2024, as exportações brasileiras de carne de frango atingiram 5,294 milhões de toneladas, crescimento de 3% e novo recorde, segundo a ABPA. A receita chegou a US$ 9,928 bilhões, avanço de 1,3% em relação a 2023.
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