Finanças

Bessent diz que acordo EUA–China pode ser assinado na próxima semana e inclui compra de 12 milhões de toneladas de soja

Anúncio trouxe alívio a agricultores americanos; Pequim também se comprometeu a adquirir um mínimo de 25 milhões de toneladas por ano nos próximos três anos

Agência O Globo - 30/10/2025
Bessent diz que acordo EUA–China pode ser assinado na próxima semana e inclui compra de 12 milhões de toneladas de soja
- Foto: Reprodução

Horas após o encontro do presidente dos , , com o líder chinês , o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent afirmou em entrevista à Fox Business Network, que espera que a assinatura do acordo entre os dois países aconteça “já na próxima semana”. Ele também anunciou que Pequim concordou em comprar 12 milhões de toneladas de soja ainda este ano.

Guerra comercial:

Esforço conjunto:

— O acordo de Kuala Lumpur foi concluído no meio da noite de ontem, então espero que possamos trocar assinaturas já na próxima semana — disse Bessent à Fox.

O anúncio oferece um certo alívio aos agricultores americanos, que aguardavam ansiosamente a retomada das exportações para o país asiático.

Ainda segundo Bessent, a também se comprometeu a adquirir um mínimo de 25 milhões de toneladas por ano nos próximos três anos. Após as declarações, os futuros da soja apagaram as perdas iniciais e subiam 1,7%, a US$ 10,9875 por bushel, unidade de medida de usada nos EUA para produtos agrícolas, às 7h13 em Chicago (9h13 no horário de Brasília).

O presidente Donald Trump havia dito mais cedo que a China compraria uma quantidade “tremenda” de soja americana, após a reunião paraavançar em um amplo acordo comercial com o líder chinês Xi Jinping. Trump afirmou que as compras começariam imediatamente, mas não apresentou detalhes adicionais.

O acordo abre caminho para a retomada de um comércio que movimentou mais de US$ 12 bilhões no ano passado e é crucial para agricultores dos EUA, que enfrentam pressão financeira prolongada. Pequim vinha evitando a compra de soja americana nesta temporada de exportação, usando a commodity como peça de barganha na guerra comercial com .

O compromisso de 12 milhões de toneladas para esta temporada está em linha com as previsões de muitos analistas. A China tem pouca necessidade de volumes adicionais no momento, após acumular estoques robustos com embarques recordes da América do Sul.

— O volume representa uma redução considerável do ponto de vista histórico — disse Brian Grete, analista sênior de grãos e pecuária da Commstock.

Grete acrescentou que no longo prazo, compras de 25 milhões de toneladas por ano significariam “basicamente voltar ao normal”, o que pode auxiliar os produtores a projetar a demanda de exportação e organizar seus balanços para os próximos anos. No ano passado, os EUA exportaram cerca de 27 milhões de toneladas para a China, segundo dados do Departamento de Agricultura americano (USDA).

Ainda assim, o compromisso é inferior ao registrado após a guerra comercial no primeiro mandato de Trump. Depois do chamado acordo da Fase Um, em 2020, os embarques aos chineses saltaram para 34,2 milhões de toneladas.

Blackwell de fora:

A questão do TikTok

Uma das questões que ficaram em aberto após o encontro dos líderes foi o que os dois países acordaram em relação à rede social TikTok. Questionado, Bessent afirmou que a China aprovou o acordo de transferência do TikTok.

O acordo idealizado por Trump prevê a criação de uma nova empresa que assumiria o negócio do TikTok nos EUA, controlada majoritariamente por investidores americanos, com a participação da ByteDance reduzida a menos de 20%, conforme exigido por uma lei de segurança nacional.

— Finalizamos o acordo do TikTok em termos de obter a aprovação chinesa, e espero que isso avance nas próximas semanas e meses, para que finalmente tenhamos uma resolução — disse Bessent à Fox Business Network sem fornecer mais detalhes.

O Ministério do Comércio da China limitou-se a dizer nesta quinta-feira que está comprometido em resolver adequadamente as questões relacionadas ao TikTok, sem mencionar detalhes específicos. (com Bloomberg)