Um dos companheiros mais próximos de Izquierdo, que faleceu, aos 27 anos, na última terça-feira, durante a carreira, o atleta uruguaio Mateo Antoni, de 21 anos, publicou uma carta de despedida emocionante, com momentos de intimidade que ultrapassam o âmbito esportivo. Além de compartilharem a mesma posição, ambos jogaram juntos no Nacional e Liverpool-URU, sendo que, nesse último, conquistaram o título nacional em 2023.

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Apesar de se conhecerem há apenas um ano e meio, as palavras de Mateo na carta de despedida mostram o apreço e a admiração por Izquierdo. A relação de amizade se intensificou quando eles passaram a dividir o mesmo quarto nas concentrações dos jogos, o que traz memórias com espaço reservado no coração do jovem talento.

Mateo lembra justamente das mensagens de incentivo que o acalmava antes das partidas, como foi o caso do jogo contra o São Paulo na Libertadores. — E como você me disse antes de irmos juntos para o último jogo: '"Não se preocupe, ñery, somos irmãos ou o que somos". Como posso não ser seu irmão se hoje sou quem sou em parte graças a você.

O lado familiar de Izquierdo era algo notório no dia dia, o que serviu de referência para Mateo. — E no dia seguinte, quando acordávamos por volta das 11h da manhã sem nem tomar café, você começava a fazer uma videochamada com sua linda garota e sua esposa. Aquela família que você lembrava em todas as palestras. Você nos lembrou que nada importava mais do que a família e que tínhamos que dar tudo por isso.

Antes do falecimento do companheiro, Mateo já demonstrava o quanto era próximo dele. Em um bate-pronto para o canal do Nacional, o jovem defensor não titubeou ao escolher Izquierdo como o amigo para "lutar junto em uma guerra".

Leia a carta na íntegra

Um ano e meio. Conheço você há um ano e meio e desde o primeiro dia você sempre foi uma pessoa incrível para mim.

Você me ajudou, me aconselhou, me ensinou, me exigiu, me xingou, me abraçou, me fez rir. Há tantas coisas que não consigo descrever a excelente pessoa que você foi para mim.

Durante um ano e meio, todos os dias antes de um jogo eu chegava no quarto por volta da meia-noite e você já estava lá, com aquele ronco que se ouvia do corredor. E sim, se você soubesse quantas vezes eu te reclamei internamente...

E no dia seguinte, quando acordávamos por volta das 11h da manhã sem nem tomar café, você começava a fazer uma videochamada com sua linda garota e sua esposa. Aquela família que você lembrava em todas as palestras. Você nos lembrou que nada importava mais do que a família e que tínhamos que dar tudo por isso.

Estarei sempre cuidando de você, porque sei que você estará cuidando de nós.

E como você me disse antes de irmos juntos para o último jogo: 'Não se preocupe, ñery, somos irmãos ou o que somos.' Como posso não ser seu irmão se hoje sou quem sou em parte graças a você.

Sentirei sua falta para sempre, meu querido amigo!"