Esportes
Brasil quer manter pegada de jogo contra Cuba, além do gás de Darlan, em confronto contra Irã pelo Pré-olímpico de vôlei
Seleção precisa vencer o Irã neste sábado, e a Itália, no domingo, para se garantir nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
A seleção brasileira masculina de vôlei tem neste sábado "uma semifinal" do Pré-olímpico, às 10 horas, contra o Irã, no Maracanãzinho. Foi assim que o técnico Renan dal Zotto definiu a penúltima partida do octogonal que vale vaga para Paris-2024. O jogo, na verdade, deve ser um dos mais fáceis do torneio, uma vez que os iranianos só venceram o lanterna Catar e vive uma crise interna, com brigas no vestiário e a saída do treinador no meio do torneio.
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Renan dal Zotto: 'Desistir em um momento de dificuldade? Não. Buscarei a vaga'
Renan, no entanto, explica que é preciso entrar concentrado no jogo para evitar surpresas, já que o Brasil precisa vencer este e confronto de domingo, contra a Itália. Somente com este aproveitamento, o Brasil se garante nos Jogos de Paris, sem depender de outros resultados e da matemática. Ele alerta ainda para o fato de que o Irã pode entrar em quadra modificado, com surpresas, após saída do treinador.
Para isso, seu desejo e também dos atletas, é que o Brasil repita o desempenho mostrado contra Cuba, nesta sexta-feira. Foi a melhor partida do Brasil na competição, vencida por 3 a 1, de virada.
— O time está crescendo e ganhando casca. E a gente tem uma semifinal pela frente, porque por mais que seja um octogonal, o jogo de amanhã (hoje) e de domingo são encarados como semifinal e final. Partidas que são tudo ou nada — disse o treinador, aliviado com a vitória desta sexta-feira, que manteve o Brasil vivo na disputa pela vaga olímpica. —O importante é que o time se comportou muito bem contra Cuba, jogou bola por bola, sem bola perdida. Esse comprometimento é importante. Agora temos de pensar em fazer o nosso melhor. Não pensar nos outros e, sim, na gente. Vamos nos concentrar no Irã, focar 100%.
O experiente Lucarelli não quer mais "sofrer". Com vitórias não consistentes contra a República Tcheca e a Ucrânia e a derrota para a Alemanha, ele comemora o fato de a seleção ter apresentado seu melhor nível técnico contra Cuba.
— Jogamos do jeito que gostaríamos de ter jogado todos os jogos, sem dúvida o melhor nível técnico até aqui em todos os fundamentos. É o jogo que queremos jogar. O Irã vive uma fase complicada, sabemos disso, mas continua sendo uma equipe qualificada. E não podemos cair na armadilha de chegar despreparado e sofrer. Temos de fazer o nosso bem feito.
E na lista dos pontos positivos está, sem dúvida, a atuação do oposto Darlan. Irmão de Alan, oposto considerado titular na seleção brasileira, Darlan foi convocado para suprir a ausência de Felipe Roque, que pediu dispensa por conta de questões pessoais. Mesmo com pouca experiência, o jovem assumiu a posição, a responsabilidade e tem feito a diferença para o Brasil.
Darlan tem sido o maior pontuador do Brasil e encaixado saque forte e perigoso. É também o jogador que tem levantado a torcida, não apenas pelos pontos que acumula no placar, mas também pelas comemorações cheias de energia.
— É um moleque alegre e é o que esperamos dos mais jovens. Darlan é fogo, o tempo todo no gás, sempre com boas sequências de saque, rodando bastante bolas — elogia Lucarelli.
Atualmente no Sesi, Darlan conta com algumas conquistas importantes em sua curta carreira como profissional. Por clubes, o oposto foi campeão da Copa Libertadores, vice-campeão do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. Pela seleção de base, o jogador tem uma conquista do Sul-Americano sub-19.
Quando o Brasil, com Bruninho no comando, foi campeão olímpico na Rio-2016, exatamente no Maracanãzinho, Darlan começava a sua carreira. Ele diz que "faz bastante besteira, vamos dizer assim, erro e não ligo" e que os mais experientes tem o auxiliado bastante.
— Não esperava estar jogando aqui no Maracanãzinho. Eu me lembro muito bem da final da Rio-2016, eu estava em casa, em Nilópolis, começando a jogar vôlei. É uma sensação incrível. Após alguns anos estar aqui com esta torcida e com todos me apoiando — fala o Darlan, que deixou o irmão mais velho na sua reserva. — É uma disputa muito saudável, não é aquela coisa: 'eu quero o seu lugar'. Vão ter momentos que eu estarei melhor, outros que ele estará melhor. Entendemos isso. Nossa irmandade é muito boa, um incentiva o outro. É um orgulho para a família, sai um e entra o outro.
Renan confirma essa parceria dos irmãos e diz que esta é uma das coisas mais lindas que tem visto neste grupo:
— O Darlan vem há alguns anos com boas apresentações, sendo protagonista na Superliga, e acho que esse tem sido um momento importante para a carreira dele e para a seleção. E a coisa mais bonita que estamos vivenciando aqui é a parceria Alan e Darlan. É impressionante como um torce e vibra com o outro, isso é extremamente saudável para os dois —comenta o treinador, que elogia Darlan, a estrela da seleção neste Pré-olímpico.— No finalzinho, coloquei o Alan para bloquear no lugar do Darlan e ele falou: 'Isso eu faço melhor que você'. Darlan vive um grande momento e o Alan é jogador top mundial, pronto para qualquer emergência. Um vem com uma vitalidade incrível e o outro, com a experiência internacional.
Bruninho conta que Darlan é assim sempre, mesmo no vestiário. Totalmente diferente do irmão, "todo centrado". Disse que chegou a brincar com a mãe deles, dona Aparecida, como ela conseguiu ter dois filhos tão diferentes:
— É muita energia. Se eu fizer o que ele faz no jogo inteiro eu vou acabar ali, com um desfibrilador. Já tenho 37 anos e não tenho esse gás, isso que ele faz. Está na flor da idade e é muito bom tê-lo assim, com essa energia e com essa coisa do jovem de ser menos pensante, ele vai para dentro — comenta o levantador. — Ele é esse cara aí, autêntico. É bom ter alguém assim, de vez em quando tem de dar uma puxada de orelha, mas o mais importante é que ele faz o seu trabalho bem feito. E traz muita alegria ao time.
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