Esportes
Nova dinastia: favorita e renovada, seleção dos EUA busca o tricampeonato consecutivo
Laís Malek
A seleção dos Estados Unidos começa hoje a campanha em busca de um inédito terceiro título consecutivo da Copa do Mundo. As americanas estreiam contra o Vietnã, às 22h (de Brasília, transmissão do SporTV e CazéTV), no estádio Eden Park, em Auckland, capital da Nova Zelândia. Com quatro títulos do torneio e quadro medalhas olímpicas de ouro, a equipe capitaneada por Megan Rapinoe chega ao Mundial com o status de favorita. No entanto, alguns resultados recentes e a boa fase de potências europeias podem atrapalhar a soberania americana.
O torneio marca a despedida de Rapinoe do futebol de seleções, já que a atacante anunciou que esta será sua última temporada atuando. A aposentadoria será ao final da NWSL, a liga de futebol feminino dos EUA, onde Rapine joga pelo OL Reign. Artilheira e eleita a melhor jogadora da última Copa, Rapinoe foi campeã em 2015 e venceu o Fifa The Best em 2019 pelas conquistas com a seleção.Ao lado dela, Alex Morgan, três vezes finalista do Fifa The Best, é outra campeã de 2015 de destaque.
O time tem ainda outros nomes experientes e campeões nas edições de 2015 e 2019, como Kelley O’Hara, Alyssa Naeher e Julie Ertz, mas no geral é uma seleção bastante renovada. Nada menos que 14 jogadoras farão suas estreias em Copas do Mundo.
As maiores expectativas recaem sobre três atacantes: Sophia Smith, que em 2022 foi eleita a melhor jogadora da NSWL; Triny Rodman — filha do astro da NBA Dennis Rodman — , que venceu a liga em 2021 com o Washington Spirit; e a promessa Alyssa Thompson, hoje com 18 anos, que estreou na seleção como titular em um amistoso contra Inglaterra em 2022.
Aquele jogo, vencido pelas inglesas por 2 a 1, fez parte de uma sequência de três derrotas da seleção dos EUA. A equipe também foi batida pela Espanha ( 2 a 0) e Alemanha (2 a 1), nos únicos três reveses entre os últimos 32 jogos que fizeram parte do ciclo pós-Olimpíadas — há também um empate sem gols com a Coreia do Sul, em 2021.
O fortalecimento de outras potências do futebol feminino, como a Inglaterra e a Alemanha, campeã e vice da última Euro, também pode ameaçar o sonho do tri campeonato consecutivo das americanas.
A expectativa para a estreia, além da apresentação da equipe renovada e das atuações das veteranas, é de goleada sobre o Vietnã, uma das oito seleções estreantes nesta Copa. A equipe, 32ª colocada no ranking da Fifa, conseguiu a vaga nos play-offs das eliminatórias asiáticas, quando deixou para trás Tailândia e Taipei. Também fazem parte do Grupo E Holanda e Portugal, que jogam no domingo.
Além dos gramados
A seleção americana é bastante conhecida por seus posicionamentos fora dos gramados. Em maio de 2019, antes do início da Copa da França, Megan Rapinoe foi perguntada sobre uma possível visita à Casa Branca, tradicional para as equipes dos EUA que vencem os principais campeonatos esportivos.
A resposta foi categórica: “Não vou para a p... da Casa Branca”, o que desagradou o então presidente, o republicano Donald Trump. Pelas redes sociais, ele afirmou que primeiro ela deveria “terminar o trabalho”. Meses depois do título, fez um convite oficial para uma visita da seleção, que nunca foi aceito.
Em 2022, com o democrata Joe Biden na presidência dos EUA, Rapinoe foi condecorada com a Medalha Presidencial da Liberdade, honraria mais alta dada a civis no país e que só foi concedida a outras cinco atletas mulheres. A reaproximação entre governo e seleção se consolidou na convocação para a Copa. Através de um vídeo publicado nas redes sociais, Joe Biden e a primeira-dama, Jill Biden, fizeram a introdução do anúncio, convidando estrelas como a atriz Tina Fey, a rapper Megan Thee Stallion e o surfista Kelly Slater para chamar os nomes das 23 jogadoras.
Em outra frente, o ano de 2022 marcou também um momento histórico para a seleção dos EUA, que venceu um processo judicial contra a US Soccer, a federação de futebol nacional, em que as atletas exigiam o pagamento igualitário nas competições disputadas por homens e mulheres. Depois de três anos do processo, a igualdade foi garantida, e a seleção feminina dividiu com a masculina o valor de 13 milhões de dólares (cerca de R$ 62,3 milhões). Neste ano, caso o time feminino conquiste o quinto título, os atleta da equipe masculina irão receber metade dos US$ 4,29 milhões (R$ 20,6 mi). Desde a primeira Copa do Mundo, feminina, em 1991, os Estados Unidos tiveram como a pior colocação a medalha de bronze, em 1995, 2003, e 2007.
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