Esportes
Cinco anos de idade, ousadia nos negócios e resultados tímidos: o que aguarda Messi, que estreia nesta sexta no Inter Miami
Vitor Seta
Aos 36 anos, Lionel Messi surpreendeu o mundo ao escolher os Estados Unidos para atuar em seus prováveis anos finais da carreira. Hoje, às 21h (transmissão da Apple TV), contra o Cruz Azul-MEX, pela Leagues Cup, o argentino acostumado à Champions League e à Copa do Mundo dá início ao desafio mais alternativo da carreira: levar uma franquia americana aos holofotes mundiais — o que passa, primeiro, pelo reerguimento no cenário doméstico.
Leia mais: De onde vem a fortuna de Beckham e dos irmãos Mas, donos do Inter Miami
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O time da Flórida foi fundado em 2018, fruto de uma ideia de negócios gestada entre a liga e David Beckham em 2007, quando o inglês ainda atuava e tinha acabado de se juntar ao Los Angeles Galaxy. Na época, seu contrato tinha como uma das premissas a possibilidade de comprar uma franquia de expansão da liga, termo utilizado nos esportes americanos para a adição de novos times. O processo de expansão é lento e delicado, já que não há rebaixamento nestas ligas.
As conversas, iniciadas em 2013, levaram quase cinco anos até que a ideia de Beckham fosse aprovada, já com um grupo de investidores que incluía os irmãos Jorge e José Mas, hoje acionistas majoritários ao lado do inglês.
— Sabemos que temos as pessoas certas no momento certo — afirmou o comissário da Major League Soccer (MLS), Don Garber, na época do anúncio.
Miami é uma cidade cobiçada por vários empresários do esporte. Trata-se de um mercado forte, com alto potencial de atração para grandes atletas e um local de operação mais facilitada por aspectos turísticos, como incentivos financeiros e ofertas de voos e aeroportos, por exemplo. Atual vice-campeão da NBA, o Miami Heat é casa de Jimmy Butler, uma das principais estrelas do basquete americano.
Foi assim que Messi, que conhece a região, onde passa férias, deixou de lado uma oferta para retornar ao Barcelona e outra do Al-Hilal, da mesma Arábia Saudita da qual é parceiro comercial. Nos Estados Unidos, o argentino receberá cerca de US$ 50 a 60 milhões (R$240 a 287 milhões) anuais e terá ações do próprio Inter Miami. Após a chegada de Messi, o time dobrou a aposta e trouxe também velhos conhecidos de Barcelona, como o técnico Tata Martino, o volante Busquets e o lateral Jordi Alba — ainda mostra interesse em Iniesta, meia espanhol hoje sem clube, e Luis Suárez, atacante uruguaio que está no Grêmio.
—Em 2018, fizemos uma promessa de construir um clube ambicioso que atrairia jogadores de elite, que transformaria a visão global do futebol dos Estados Unidos — afirmou Jorge Mas na chegada de Messi.
A fala ousada tem a ver com a agressividade nos negócios do empresário americano (nascido em Miami) de origem cubana, que transformou a empresa familiar do pai na MasTec, uma multinacional das áreas de engenharia e construção em energia e comunicações e construiu uma fortuna de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,24 milhões).
Ao seu lado, está Beckham, um atleta que soube revolucionar o marketing no esporte em sua época de jogador e se transformou num fenômeno midiático e de negócios. Pioneiro, foi o primeiro ex-atleta da MLS a se tornar dono de um clube.
Novo estádio
Mas revolução ainda não chegou ao campo. Em três temporadas, o clube tem como melhor resultado a chegada na primeira rodada nos playoffs (mata-mata), no ano passado. Na atual, é 15º e último colocado na Conferência Leste, com chances remotas de voltar ao mata-mata.
Nos últimos anos, quando apostou em nomes como Matuidi e Higuaín, o Inter Miami enfrentou uma série de problemas com multas por ter descumprido regras financeiras e de elenco, muito restritas no esporte dos Estados Unidos.
Outra questão é o estádio: o DRV PNK Stadium, em Fort Lauderdale (cidade ao norte de Miami), exigência da liga quando a franquia foi inaugurada, tem lugar para pouco mais de 19 mil pessoas, capacidade criticada até mesmo pelo goleiro do time, Nick Marsman. Para solucionar essa limitação, a franquia já anunciou uma nova arena, o Miami Freedom Park, que será inaugurada em 2025 em área próxima ao aeroporto da cidade, com estrutura de ponta e espaço para 25 mil torcedores.
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