Economia
Nova regra do Imposto de Renda começa a valer hoje com foco em isenção para salários até R$ 5 mil
Medida sancionada por Lula amplia faixa de isenção, promete aliviar trabalhadores e aumenta cobrança sobre altas rendas
Começam a vigorar nesta quarta-feira (26) as mudanças no Imposto de Renda definidas pelo Projeto de Lei 1.087/2025, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nova regra, que passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2026, amplia a faixa de isenção para trabalhadores e é apresentada pelo governo como uma promessa de campanha cumprida — voltada à justiça fiscal e ao alívio da base trabalhadora.
A reforma também tem peso político. Após semanas de tensão no Congresso, o modelo aprovado combina desoneração para quem recebe até R$ 5 mil e aumento da tributação sobre lucros e dividendos de altas rendas.
Impacto direto no salário
Segundo cálculos da Confirp Contabilidade, um trabalhador que ganha R$ 5 mil terá economia mensal de R$ 312,89 — o equivalente a R$ 4.067,57 por ano, considerando o 13º salário.
Pelas novas regras, quem ganha até R$ 5 mil ficará isento por meio de um desconto variável aplicado na tabela, que reduz gradualmente até rendas de R$ 7.350. Acima desse valor, nada muda.
Ganhos estimados ao ano (Confirp):
R$ 3,4 mil → R$ 354,89
R$ 4 mil → R$ 1.491,89
R$ 5 mil → R$ 4.067,57
R$ 6 mil → R$ 2.336,75
R$ 7 mil → R$ 605,86
R$ 7.350 → sem impacto
O governo estima que 10 milhões de contribuintes deixarão de pagar IR em 2026, fazendo com que 65% dos declarantes — cerca de 26 milhões de pessoas — fiquem isentos. No total da população, a isenção alcançará 87% dos brasileiros.
Tributação sobre altas rendas
O alívio para os trabalhadores vem acompanhado de uma cobrança maior sobre os mais ricos. A reforma institui o Imposto de Renda Pessoa Física Mínimo (IRPFm), que estabelece:
Taxação de 10% sobre lucros e dividendos pagos por uma mesma empresa a uma mesma pessoa acima de R$ 50 mil mensais.
Lucros acumulados até 2025 seguem isentos se aprovados até 31 de dezembro.
Tributação mínima anual de até 10% para quem recebe mais de R$ 1,2 milhão por ano, somando todos os rendimentos, com exceções como poupança, LCI, LCA, fundos imobiliários e lucros anteriores a 2026.
Especialistas alertam que o texto final eliminou o mecanismo que limitava a soma de IRPJ, CSLL e IRPFm, o que pode elevar a carga efetiva sobre lucros.
Quem ganha e quem paga mais
Trabalhadores até R$ 5 mil → maiores beneficiados
Renda entre R$ 5 mil e R$ 7.350 → redução gradual
Acima de R$ 7.350 → sem mudanças
Sócios, empresários e investidores → pagarão mais com a taxação de dividendos
Mesmo com a desoneração estimada em R$ 31 bilhões ao ano, o governo prevê compensação total com o IRPFm, gerando saldo positivo de R$ 12 bilhões entre 2026 e 2028.
🧮 Ferramentas para simular o impacto
A Confirp disponibilizou duas calculadoras para auxiliar trabalhadores e empresários:
Simulador para rendas até R$ 7.350 → estima a economia com a nova isenção
Simulador do IRPFm → calcula o impacto na tributação de lucros e dividendos
As ferramentas ajudam contribuintes a planejarem o orçamento diante das novas regras.
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