O número de nascimentos por ano está diminuindo no país e deve cair para 1,5 milhão até 2070. De acordo com as Projeções de População 2024, calculadas pelo IBGE com base nos números do Censo 2022, a quantidade de crianças nascendo anualmente recuou de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e a tendência é continuar se reduzindo nos próximos anos.

— A projeção é que essa queda venha mais forte e se reduza para menos de 2,5 milhões. Por volta de 2040 e 2045, esse número deve cair para menos de 2 milhões e, por fim, a gente vai chegar a menos de 1,5 milhão no final das projeções, em 2070 — explica Luciene Longo, gerente de pesquisa do IBGE.

Entre as grandes regiões do país, o Norte e o Nordeste são as que mais reduzem o número de nascidos, ao passo em que no Centro-Oeste, Sudeste e Sul, a queda vai continuar, mas em um ritmo menor.

Queda acelerada na taxa de fecundidade

Já com relação às taxas de fecundidade, ou seja, o número médio de filhos que uma mulher teria ao encerrar o período reprodutivo, a tendência é de queda já a curto prazo. Em 2022 o número era de 1,58 filhos por mulher, e a projeção é de que as taxas vão continuar diminuindo até chegar a um ponto mínimo, em 2041, com 1,44 filhos. Mas, em seguida, os níveis devem voltar a se recuperar, chegando por volta de 2070 com 1,50.

— Essa hipótese é baseada no que já aconteceu em alguns países, como Alemanha, Eslovênia, Japão, e as projeções das Nações Unidas também consideram essa leve recuperação para os países que vão atingir nos próximos anos esse nível mínimo de fecundidade — explica Luciene.

Os dados também mostram que a taxa de fecundidade, que atingiu o número de 1,58 filhos por mulher em 2022, já está abaixo do nível de reposição em todas as regiões do país, nível que seria o necessário para que o tamanho da população se mantenha constante ao longo do tempo. Somente Roraima tem taxa de fecundidade acima da reposição (2,1).