Economia
Petrobras Arábia seria voltada a fertilizantes e não para extrair petróleo, diz Prates
Segundo ele, a ideia é fazer "investimentos cruzados" entre o Brasil e o país que eventualmente vier a abrigar a empresa
A subsidiária da Petrobras no Oriente Médio imaginada pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, não seria voltada à exploração de petróleo na região, mas para atuar de maneira integrada com países da região na área de insumos para fertilizantes. Segundo Prates, a Petrobras Arábia ainda "é apenas um conceito".
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O presidente da Petrobras procurou a reportagem do Valor após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter dito em entrevista coletiva que ele tem "uma cabeça fértil", ao ser questionado sobre o interesse do Brasil em ter uma subsidiária da Petrobras na região do Golfo.
"Em relação aos países do Golfo, que é uma análise que vai ser iniciada, é especificamente em relação a fertilizantes. É especificamente relacionada com fertilizantes", disse Prates. "Não é para fazer uma subsidiária aqui para ir procurar petróleo aqui na Arábia Saudita ou em Abu Dhabi. Não faz o menor sentido isso."
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O chefe da estatal petrolífera afirmou que a ideia é fazer "investimentos cruzados" entre o Brasil e o país que eventualmente vier a abrigar a Petrobras Arábia. Segundo ele, o próprio Lula, em sua passagem por Riad na última terça-feira, "mencionou a questão dos investimentos cruzados".
"Investimento cruzado, no caso do fertilizante, é necessário, porque nós temos um insumo principal, que é o gás natural, com um preço muito mais viável, portanto barato, na Arábia Saudita, do que no Brasil. No Brasil, o nosso gás é mais caro, pelo menos duas ou três vezes mais caro do que o gás natural da Arábia Saudita para efeito de formação e fabricação de fertilizantes nitrogenados. Além disso, a Arábia Saudita tem nitratos e nós temos potássio", disse.
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E acrescentou:
"Isso poderia também ser uma coisa, um objeto de análise de complementaridade. Nós temos potássio que eles não têm e eles têm os nitratos que a gente não tem. Além disso, eles têm gás mais barato do que nós. Então, a gente poderia equalizar esses valores desses insumos internamente", explicou.
Prates complementou dizendo que "a ideia é, na cadeia produtiva do fertilizante, nós otimizarmos, maximizarmos o valor e a disponibilidade de cada componente em cada país".
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Esse quadro, prosseguiu, pode propiciar a abertura de "subsidiárias recíprocas, uma lá (no Brasil), outra cá (no Oriente Médio)" afirmou, uma vez que "são empresas que internamente podem fazer os seus ajustes de preços de insumo".
"Isso nos viabilizaria um valor final, pelo menos como nós imaginamos, tudo devidamente sujeito a análises que ainda vão ser feitas e também as instâncias de conselhos, diretorias, etc. Todas as instâncias decisórias da empresa", disse. "Daqui a mais seis meses é que talvez a gente tenha alguma luz maior sobre esse assunto. Por enquanto é apenas um conceito, uma ideia, que nos ocorreu a partir das conversas com as pessoas aqui, no Golfo."
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