Economia
Macron diz que é 'totalmente contra' o acordo entre União Europeia e Mercosul
Presidente francês afirmou que acordo não é bom para nenhuma das partes e anunciou que vem a Brasil em março
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse em coletiva à imprensa em Dubai, na COP 28, que é contra o Acordo EU-Mercosul.
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— É um acordo completamente contraditório com o que ele (o presidente Lula) está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo. Porque é um acordo que foi negociado há 20 anos, e que tentámos remendar, e que está mal remendado.
Macron acrescentou:
— (O acordo) Não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado que desmantela tarifas. Nos últimos anos, esses acordos foram bastante melhorados. — disse citando o acordo firmado com a Nova Zelândia e o Chile. — Acordos muito modernos onde o clima está no centro.
O acordo, segundo ele, “não é bom para ninguém". Macron explicou que não pode pedir "aos nossos agricultores, às indústrias francesas e em toda a Europa, que façam esforços, que apliquem novas práticas para descarbonizar e que eliminem certos produtos e dizer que estou removendo todas as tarifas para trazer produtos que não aplicam essas regras, e que isso vai ser ótimo.”
Macron citou a bilateral que teve com o presidente Lula elogiando-o em seguida:
— Ele é visionário, corajoso e há muita sinergia entre as nossas estratégias.
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E anunciou que virá em março ao Brasil.
— Acredito no combate ao desmatamento, em uma verdadeira política amazônica, nas questões de defesa, nos interesses econômicos, nas questões culturais. Temos uma agenda bilateral extremamente densa e um alinhamento de pontos de vista muito grande”, seguiu o presidente francês.
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Disse, ainda, que se o acordo não sair, o Brasil deverá ser recompensando pelos esforços que faz em conter o desmatamento. “A comunidade internacional e a União Europeia devem ajudar o Brasil a não desmatar, esse tesouro florestal.
— Devemos pensar em um acordo que seja muito mais geoestratégico, muito mais consistente com as nossas estratégias e não mexer num acordo à moda antiga. É por isso que não sou a favor deste acordo. Porque hoje não sei como explicar este acordo a um agricultor, a um produtor de aço, a um fabricante de cimento francês ou europeu — disse.
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