O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse hoje ver “com bons olhos” a possibilidaade de ingresso do Brasil na Opep+, uma espécie de grupo observador dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O convite foi formalizado ontem, com uma carta endereçada ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O movimento gerou críticas sobre a contradição do governo Lula, que tenta ser um líder mundial no combate ao aquecimento global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Dubai, onde é uma das estrelas da conferência climática COP28.

“Eu vejo com muito bons olhos”, disse ele ao ser questionado sobre o tema. “(A Opep+) é uma plataforma de cooperação que gravita em torno da Opep de países que são produtores e exportadores de petróleo, mas que não têm a preocupação do cartel. Que, aliás, não é um cartel. É uma associação legitimamente constituída.”

Segundo Prates, o secretário-geral da Opep, Haitman Al-Ghais, disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está comprometido em “transformar o Opep em uma organização diferente, moderna e focada na transição energética”.

“A missão dada a ele (Al-Ghais) pelos países membros foi o de transformar a Opep em uma organização de países exportadores de insumos energéticos. Portanto, dar garantia de condições de oferta de energia, inclusive petróleo”, afirmou. “Ele disse que quer que o Brasil seja referência disso.”

Para Prates, “ter o Brasil na Opep+ é ter uma referência de alguma coisa que já deu certo”.

“O Brasil é um país que exporta petróleo, tem petróleo em abundância, tem uma indústria de petróleo pujante, mas tem uma matriz limpa. E está fazendo mais ainda a transição energética e descarbonização”, afirmou o presidente da Petrobras.