Economia
Lula discute meta fiscal com ministros, mas adia decisão sobre déficit zero
Fazenda vê ‘pequena vitória’ e tenta ganhar tempo para aprovar medidas de arrecadação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu integrantes da equipe econômica na manhã desta terça-feira, no Palácio do Planalto, e mais uma vez não tomou uma decisão sobre a mudança na meta de déficit zero para as contas públicas no ano que vem. O novo adiamento foi visto como uma "pequena vitória" pelo Ministério da Fazenda, de acordo com integrantes da equipe econômica.
O assunto foi discutido em reunião entre Haddad, o presidente e os principais auxiliares do governo com relação ao tema, como Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e o advogado-geral da União, Jorge Messias. À tarde, Tebet e Esther ainda tiveram um novo encontro com Haddad na Fazenda.
Segundo integrantes da equipe econômica, a percepção é de que Haddad ganhou fôlego para conseguir adiar a decisão no fim do ano ou pelo menos até o ano que vem. O melhor cenário, hoje, é visto como a decisão sendo tomada — para mudar ou não a meta — apenas em março. De toda forma, o clima agora é de maior otimismo quanto a manutenção da proposta atual.
Até lá, a pasta ganhará tempo para aprovar as medidas de arrecadação no Congresso e evitar os contingenciamentos (bloqueio) de recursos no relatório bimestral de receitas e despesas que poderão incomodar Lula.
Haddad, por sua vez, tem evitado falar sobre o assunto publicamente, e até entre o seu círculo de assessores. O ministro prefere atuar nos bastidores, sem um confronto aberto com outros ministros, porque o assunto será decidido pelo próprio presidente. A estratégia é a mesma que ele já usou durante a discussão sobre a manutenção da meta fiscal de 2026, em 3%, e que abriu caminho para o início do ciclo de cortes da taxa Selic.
Há uma preocupação também na equipe econômica, o que inclui o Ministério do Planejamento, para que a discussão seja técnica e não pareça uma derrota para o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Por isso, o cuidado tem sido redobrado, por parte não só de Haddad, mas também da ministra Simone Tebet.
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