Economia
Great Place to Work: Visagio fica em primeiro lugar na categoria Médias Empresas
Capemisa e Equinix ficam em segundo e terceiro lugar, respectivamente
O Great Place to Work das Melhores Empresas para Trabalhar no Rio reconheceu 49 companhias na categoria Médias Empresas. No top 3 do ranking, as melhores colocadas foram a Visagio, Capemisa e Equinix.
Na Visagio, o segredo está no desenvolvimento e na capacitação constantes. A consultoria de tecnologia e data science conquistou o primeiro lugar na categoria de médio porte, e credita o sucesso ao investimento cada vez maior no crescimento pessoal e profissional dos “visagianos”, como são conhecidos os profissionais da companhia.
A empresa completa duas décadas neste ano e planeja para o futuro seguir o modelo de crescimento acelerado de carreiras. É o que explica o sócio da Visagio, Agapito Troina:
— Brincamos que não sabemos o que estaremos fazendo daqui 20 anos, mas temos a certeza de que estaremos juntos, trazendo mais gente boa e do bem para a equipe, que é o que mais nos motiva.
O executivo explica que essa ideia de “lapidar o diamante” tem a ver com a história da empresa, fundada por estudantes recém-formados. De lá para cá, ele calcula que 95% dos sócios começaram na organização ainda como estagiários ou tiveram a Visagio como primeiro emprego, e 70% são promovidos anualmente.
Esse processo de desenvolvimento e retenção da equipe se dá por diferentes frentes. Uma delas é a UniVisagio — universidade corporativa que oferece treinamento funcional em diferentes áreas, como Gente & Gestão, Liderança, Tecnologia e Inovação, entre outras. Para estimular os resultados, um esquema de recompensas também entra em cena.
— Acreditamos muito mais nas recompensas do que em plano de cargos e salários, por exemplo. A remuneração é fixa, e os prêmios vêm com os resultados. Pode ser remuneração, sociedade num projeto — cita.
Além disso, a empresa incentiva que os profissionais trilhem seus próprios caminhos:
— Mandamos equipes para feiras de negócios no mundo inteiro, de acordo com o foco de cada um, e financiamos cursos fora do país. Todo ano mandamos pessoas para universidades como a de Ohio e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Nosso pessoal é nosso principal ativo — diz Troina.
Esse incentivo para que a equipe escolha seus caminhos também acaba levando a expansão da própria empresa. Com 800 funcionários, a sede da Visagio fica no Rio, mas há equipes espalhadas por cidades brasileiras, como São Paulo, Recife e Fortaleza, além de outros países, como Inglaterra, Alemanha, Austrália e Colômbia.
Foi o que aconteceu com a especialista em Projetos de Transformação e Desenvolvimento de Negócios Bruna Nacif. Há oito anos na empresa, onde entrou como estagiária, passou por processos de mentoria e pela UniVisagio, até decidir partir para projetos internacionais. Primeiramente, ela foi para o Peru e, neste ano, se mudou para Cingapura.
— Fiquei muito feliz com o desafio e a missão de transformar do outro lado do mundo junto com a plataforma Visagio. A possibilidade de fazer um projeto incrível fora e ajudar a criar mais caminhos para que mais “visagianos” tivessem essa oportunidade foi o que mais me motivou. Cingapura é um lugar incrível, onde o aprendizado é diário com stakeholders (pessoas interessadas) de diferentes países, dado que é um país multicultural.
Segundo lugar: Capemisa
O desejo dos funcionários de permanecer por mais de cinco anos na empresa, representado pela nota 98 no questionário do GPTW, é motivo de orgulho para a Capemisa, mas principalmente para um dos seus dirigentes mais antigos.
O ano de 2023, em que a empresa conquistou o segundo lugar no ranking, já era uma efeméride mais do que especial. Jorge de Souza Andrade, de 67 anos, dedicou os últimos 50 anos à empresa. Começou como office boy. Hoje, é o presidente da companhia, que tem cerca de 460 funcionários. Para ele, os resultados de crescimento estão associados às políticas internas de valorização dos trabalhadores. Até junho, a organização atendeu 48 mil clientes, mantendo mais de 17 milhões de vidas seguradas. Em 2022, o número de pessoas atendidos ultrapassou 93 mil.
— O nosso negócio é atender as pessoas. Para isso, precisamos cuidar dos colaboradores. A gente tem uma empresa organizada e estruturada e assim conseguimos fazer o restante bem melhor — ressalta Souza.
Para tornar a incentivar os funcionários, a empresa passou a adotar o trabalho híbrido para algumas funções. Segundo o presidente, foi um dos fatores que contribuíram para incrementar os resultados da companhia nos últimos anos:
— As pessoas gostaram demais desse modelo de trabalho (remoto ou híbrido). Com funcionários mais satisfeitos e empenhados, dobramos o resultado no primeiro ano de implementação. No segundo ano, triplicamos. No terceiro ano, voltamos a dobrar. Foi bom para todo mundo. É mais qualidade de vida para o funcionário, que pode levar o filho ao colégio, fazer exercício. Ele tem mais liberdade, corre menos risco no deslocamento, fica menos cansado para chegar e sair do trabalho — avalia.
O setor de Recursos Humanos da Capemisa usa os resultados do questionário do GPTW para elaborar novas políticas.
Entre as ações implementadas está a valorização da diversidade e o incentivo à ascensão de mulheres pretas a cargos de gestão e direção.
Além disso, passou a apostar na inclusão social, com a contratação de estagiários com intermediação do Lar Fabiano, uma organização que presta assistência social a pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade. Para aumentar a retenção e a efetivação, a Capemisa adotou o apadrinhamento: um funcionário acompanha o novato e orienta sua experiência na empresa. A iniciativa elevou o aproveitamento para 50%.
— Criamos o dayoff nos aniversários do funcionário e do filho. A proteção para a família está muito alinhada com a natureza da própria empresa. Além disso, criamos o short friday. Oferecemos flexibilidade para o funcionário escolher a melhor sexta-feira e usufruir da jornada reduzida. Temos ainda um piso salarial interno e investimento e treinamento, com pagamento de graduação e pós-graduação — diz Patricia Gonçalves, gerente de RH.
Para a funcionária Maria Aparecida Mendonça, de 52 anos, a licença-maternidade estendida de seis meses foi fundamental. A família passou quatro anos esperando na fila de adoção.
— Mudou tudo ter tido esse tempo com ele. Quando nasceu para a gente, ele tinha 10 anos. Quando veio para casa, não tinha quarto, enxoval. Veio com uma mochila e uma roupinha. Eu só queria proteger e cuidar. E a empresa me deu apoio e tranquilidade — lembra.
Terceiro lugar: Equinix
Transparência e solidez são os princípios basilares da Equinix Brasil na relação com a equipe de profissionais. Após figurar na nona e na quarta posições em 2021 e 2022, respectivamente, a companhia subiu no ranking e alcançou o terceiro lugar do GPTW 2023 Rio de Janeiro na categoria Médias Empresas.
Victor Arnaud, managing director da empresa de fornecimento de infraestrutura digital destaca, entre as medidas adotadas no último ano, a comunicação clara e transparente para tranquilizar os funcionários em meio a um cenário em que outras empresas de tecnologia passavam por demissões:
— A gente não promete loucuras. Tudo é feito de maneira muito sensata. Conseguimos estancar a incerteza de maneira muito transparente, mostrando que a gente estava com robustez financeira e dizendo tudo o que era necessário para nos mantermos.
A comunicação direta, diz ele, também é fundamental para anunciar os bônus que a empresa passou a conceder aos profissionais de acordo com seus resultados. Se o funcionário alcança o desempenho desejado, ele recebe o benefício semestralmente durante quatro anos, na forma de ações da empresa no exterior.
— Se no ano seguinte esse funcionário for bem avaliado de novo, ganha mais um lote de ações, que se soma com o pagamento que já está sendo feito. Tivemos resultados extremamente positivos nesse ponto — observa Arnaud.
Um dos já beneficiados foi Jean Pourroy, gerente senior de Capacitação de Serviços Gerenciados. Na companhia há 9 anos, ele conta que o bônus teve um impacto significativo, já que os rendimentos são em dólar.
— É uma prova de que a empresa precisa do seu trabalho e conta com você durante os próximos anos. Foi uma surpresa e tanto. É um investimento no exterior com um ótimo valor. Posso sacar, caso precise no curto prazo, ou manter, se estiver pensando no longo prazo — diz Pourroy.
Além disso, a empresa aumentou a licença-maternidade para 180 dias e a paternidade para dois meses. Pai do Joshua, do Benjamin e do Noah, que nasceu no início de junho, Vander Neves, especialista em Operações de Hospedagem, é um dos que foram beneficiados:
— É muito importante nesses primeiros meses estarmos mais próximos não apenas com consultas e vacinas, mas também para apoio dentro de casa no dia a dia. Quem tem filhos sabe o quanto é importante está 100% dedicado neste momento à família.
Além dos benefícios, que incentivam e servem como fator de retenção dos profissionais, Arnaud destaca o estímulo que a empresa dá para que os funcionários cresçam dentro da corporação e até mudem de área, se assim desejarem:
— Muitas das pessoas que temos hoje, que começaram como iniciantes, já são diretores. Temos casos de pessoas que passaram por diferentes áreas e foram evoluindo. Publicamos vagas internamente e valorizamos que os próprios funcionários se inscrevam, tanto para vagas correlatas quanto para uma transição total de carreira, o que é muito legal. Queremos que as pessoas estejam seguras e felizes para desempenhar o melhor.
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