Economia
Clássico coquetel brasileiro, Rabo de Galo ganha reconhecimento internacional
Cheio de ginga e tradição, drinque foi reconhecido pela Associação Internacional de Bartenders (IBA)
Que a caipirinha é símbolo brasileiro mundo a fora, já está posto. Mas outro drinque “puro suco” do país, embora até certo ponto rebaixado nos balcões dos bares, ganhou no último mês reconhecimento internacional e se tornou mais um representante do Brasil: o Rabo de Galo.
À base de vermute e cachaça, o drinque surgiu na São Paulo dos anos 1950, quando imigrantes italianos que trabalhavam em fábricas da região central da cidade começaram a misturar a bebida. E tinham técnica para isso: o coquetel era feito no chamado “copo martelinho”, por conta da batida no balcão para que os 60% de cachaça e 40% de vermute se misturassem.
O nome curioso chama a atenção, mas não tem muito segredo. O que se conta é que o “cocktail”, em inglês, acabou sendo traduzido por “cock” (galo) e “tail” (rabo).
Agora, mais de sete décadas depois, a bebida foi reconhecida pela Associação Internacional de Bartenders (IBA, na sigla em inglês) e se tornou um drinque clássico, com a receita publicada. É o que explica Fábio Freitas, diretor do concurso nacional da bebida.
— O Rabo de Galo é dos drinques mais democráticos dos balcões brasileiros. O reconhecimento do IBA é o maior estágio a que um coquetel pode chegar. Passa a ser ensinado nas escolas de mixologia de todo o mundo — celebra.
Uma das escolas que abordam a produção da bebida é o Senac RJ, no curso de Preparo e Serviço de Coquetéis. A previsão é que novas turmas sejam abertas em agosto, nas unidades de Madureira, Irajá, Riachuelo, Barra da Tijuca e Rio das Ostras.
Concurso em dezembro
Na sexta edição da competição nacional — pela primeira vez no Rio —, bartenders e mixologistas apresentarão suas versões próprias do Rabo de Galo. Para Freitas, mais do que uma disputa, o evento é uma celebração da pluralidade do país.
— A criatividade dos bartenders brasileiros é impressionante. Eles unem cachaças regionais, vermutes próprios e insumos também dos locais onde vivem. Criam receitas que têm a ver com suas próprias histórias — diz o especialista.
Dos “pés sujos” aos bares mais requintados, o Rabo de Galo é quase uma unanimidade nos botequins do Rio, onde é possível experimentar tanto a receita tradicional quanto as criações dos bartenders.
No Morro da Conceição, na Saúde, o Café Tero (Ladeira Felipe Neri 11) serve a versão clássica (R$ 20), enquanto o Bar Tero, em Botafogo (Rua Paulo Barreto 110), tem uma versão original (R$ 29). Aberta em maio, a casa da Zona Sul é a primeira vermuteria da cidade.
— No bar a gente tem uma assinatura, com nossa receita própria de vermute, à base de frutas brasileiras. A receita leva vinho branco, goiaba, manga e manjericão, além de hibisco, que dá a coloração rosé — explica o mixologista Nicola Bara, à frente dos dois espaços.
No Pavilhão Lapa (Rua Riachuelo 260), a receita (R$ 29) tem um toque brasileiro: 5ml de Paratudo, aperitivo herbal.
— Ele dá uma pegada um pouco mais amarga, tudo a ver com a nossa cara e a coquetelaria da Lapa — diz o chefe do bar, Estevão Reis.
A receita, na versão tradicional
50ml de cachaça
25ml de vermute tinto
25ml de CYnar
Gelo
Raspas de limão
Onde beber
Chanchada: R. General Polidoro 164-B, Botafogo.
Traçado: R. Ronald de Carvalho 154-C, Copacabana.
Galeto Sats: R. Real Grandeza 212, Botafogo.
Petisco da Vila - Shopping Nova América: Av. Pastor Martin Luther King Jr. 126, Del Castilho.
Bode Cheiroso: R. Gen. Canabarro 218 - Tijuca.
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