Economia
Haddad diz que Campos Neto teve voto técnico, que não houve 'concessão' do BC e ambos vão se falar
Ministro da Fazenda diz que mantém respeito pelo presidente do Banco Central e que seu voto foi 'técnico' pela redução de meio ponto
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou o corte de juros de meio ponto pelo Banco Central (BC), nesta quarta-feira. Em conversa com jornalistas na sede da Fazenda, Haddad disse que a redução indica que a política econômica está no caminho certo. Com voto favorável do presidente Roberto Campos Neto, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu os juros de 13,75% para 13,25%.
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Haddad disse que Campos Neto fez um voto técnico, após meses de fortes críticas do governo à atuação do presidente do Banco Central.
— Eu tenho certeza que o presidente do BC votou com aquilo que ele conhece de economia, aquilo que ele domina de economia. É um voto técnico, calibrado, à luz de tudo que ele conhece da realidade do país. O fato de e estarmos alinhados em torno da decisão, não significa que houve uma concessão do Banco Central — afirmou.
Haddad disse que mandou uma mensagem para Campos Neto e ambos ficaram de se falar. Além disso, disse que vai comunicar o resultado a Lula. Mais cedo, o presidente chegou a dizer que o chefe da autoridade monetária não entende de Brasil e “de povo”.
— Eu queria reiterar o respeito pelo Banco Central. Nós sempre mantivemos diálogo de alto nível, a começar pelo presidente Campos Neto. Esse diálogo técnico resultou nesse placar apertado, que foi o 5 a 4, mas em proveito de uma queda inicial de 0,5 ponto — afirmou o ministro da Fazenda à noite.
Haddad afirmou que a decisão não piora o combate à inflação e disse que tem compromisso com a responsabilidade fiscal e com o ajuste que está sendo feito.
— A inflação está controlada e a economia vai começar a se replanejar por um Brasil de crescimento sustentável. Não estamos no fim de um trajeto. Concluímos o primeiro ciclo de medidas. É o começo de trabalho que será longo ainda. Temos desafios pela frente — disse o ministro.
Ele disse que o governo ainda enviará novas medidas econômicas para o Congresso, e isso vai ajudar a melhorar o cenário para a economia. São ações para aumentar a arrecadação e garantir que o déficit será zerado no próximo ano.
Pouco antes, Haddad havia postado em uma rede social que a decisão mostrava que a política econômica estava na direção correta.
"O corte de 0,50% na taxa básica de juros sinaliza que estamos na direção certa. Um avanço no sentido do crescimento econômico sustentável para todos", disse o ministro.
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