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Com Wolf Eyes e Birushanah, Novas Frequências inicia sua 15ª edição no Rio

Mestres do ruído e da brutalidade sonora abrem festival, que estreia em São Paulo e reúne Metá Metá, Test & Deafkids e mais

Agência O Globo - 03/12/2025
Com Wolf Eyes e Birushanah, Novas Frequências inicia sua 15ª edição no Rio
Com Wolf Eyes e Birushanah, Novas Frequências inicia sua 15ª edição no Rio - Foto: Divulgação

Resistente festival carioca de música experimental e investigações sonoras, o Novas Frequências chega nesta quarta-feira à sua 15ª edição. O evento traz ao Garage Grindhouse, na Praça da Bandeira, apresentações da dupla americana Wolf Eyes — lenda do noise rock, conhecida pela distorção e caos como práticas estéticas — e do grupo japonês Birushanah, que promove uma intensa colisão entre percussão metálica, escalas tradicionais japonesas e vertentes extremas do heavy metal.

O Novas Frequências segue até domingo em diversos palcos do Rio e, a partir de segunda-feira, inicia sua primeira edição em São Paulo, com programação até o dia 13.

Entre os destaques, está a festa de encerramento da etapa carioca, no domingo, no Circo Voador. O evento reúne os afropunksambas do grupo Metá Metá, a potência sonora do encontro entre os duos Test & Deafkids e a fusão inusitada de black metal, progressivo, forró, maracatu e jazz fusion do grupo paraibano Papangu.

Na quinta-feira, as canadenses Kara-Lis Coverdale e Sarah Davachi apresentam, no Solar de Botafogo, suas composições camerísticas e eletrônicas.

Sexta-feira conta com o duo libanês-suíço Praed, que traz seu techno árabe-psicodélico; o grupo carioca Partido da Classe Perigosa, com punk hardcore eletrônico e batidão da favela; e o ugandense Faizal Mostrixx, oferecendo uma perspectiva radical sobre o som club contemporâneo.

No sábado, o palco do Novas Frequências migra para o Parque Lage, com destaque para o artista eletrônico paraibano Chico Correa e a mexicana Concepción Huerta — fotógrafa, compositora e videoartista que manipula gravações de objetos do cotidiano e instrumentos eletrônicos em fitas cassete, transformando-os em ambient music de atmosfera sombria.

O diretor e curador do festival, Chico Dub, ressalta:

— Sigo acreditando que apostar nesse tipo de prática, ainda mais em um mundo plastificado, saturado por fórmulas e pela proliferação de simulacros insossos gerados por inteligência artificial, nunca foi tão urgente. O Novas Frequências chega a essa marca reafirmando a importância de cultivar o risco, a invenção e o novo como condição de futuro.