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Jenna Ortega revela apreensão com inteligência artificial, mas destaca limites da tecnologia

Durante o Festival de Cinema de Marrakech, estrela de 'Wandinha' afirma que avanços tecnológicos a fazem sentir 'como se tivéssemos aberto a caixa de Pandora', mas ressalta: 'Há coisas que a IA não consegue replicar'

Agência O Globo - 29/11/2025
Jenna Ortega revela apreensão com inteligência artificial, mas destaca limites da tecnologia
Jenna Ortega revela apreensão com inteligência artificial, mas destaca limites da tecnologia - Foto: Reprodução / Instagram

Durante entrevista concedida neste sábado, no Festival de Cinema de Marrakech, a atriz Jenna Ortega — protagonista da série “Wandinha” e integrante do júri da competição presidida pelo cineasta Bong Joon Ho — compartilhou suas reflexões sobre o impacto da inteligência artificial no cinema. “Se olharmos para a história da humanidade, vemos que sempre levamos as coisas ao extremo”, afirmou. “É muito fácil sentir medo — eu mesma sinto — diante de tanta incerteza.”

Ao comentar sobre a expansão da IA, Ortega comparou o momento à abertura da caixa de Pandora, mas demonstrou esperança de que a tecnologia possa impulsionar uma nova revolução artística. “Em tempos difíceis e confusos, isso muitas vezes leva o artista a se manifestar mais, a buscar novas paixões e proteções. Quero acreditar que este seja o caso”, disse. “Mas há certas coisas que a IA simplesmente não consegue replicar. Existe beleza na dificuldade e nos erros, e um computador não consegue fazer isso. Um computador não tem alma.”

Bong Joon Ho concordou com Ortega e destacou que a discussão sobre IA pode ser positiva, pois faz com que a humanidade reflita sobre o que apenas os humanos podem realizar. Em tom bem-humorado, acrescentou: “Minha resposta pessoal é que vou organizar um esquadrão militar cuja missão é destruir a IA em todo o mundo.”

Além de Ortega e Bong, o júri de Marrakech reúne nomes como a atriz Anya Taylor-Joy, a diretora Celine Song, Julia Ducournau (vencedora da Palma de Ouro por “Titane”), o diretor brasileiro Karim Aïnouz, o cineasta marroquino Hakim Belabbes e o ator e diretor iraniano-americano Payman Maadi.

Celine Song também se manifestou de forma contundente sobre o tema: “Para citar Guillermo del Toro, que estará aqui neste festival em breve, que se dane a IA”. Segundo ela, a tecnologia “está destruindo completamente nosso planeta” e “colonizando nossa mente, a maneira como percebemos as imagens e o som”.

“Estou muito preocupada porque acredito que o mais importante para nós, artistas, é defender a humanidade”, reforçou Song.

O Festival de Cinema de Marrakech, que segue até o dia 6, teve início oficial na sexta-feira à noite com a exibição de “Dead man’s wire”, de Gus Van Sant. A programação inclui homenagens a Guillermo del Toro e outras personalidades, além de exibições de “Uma vida privada” e “Frankenstein”, e conversas com diretores convidados.