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Ingrid Guimarães estreia coluna quinzenal no GLOBO: ‘Meu gênero de escrita é uma crônica da vida’

Textos impressos serão publicados no Segundo Caderno

Agência O Globo - 29/11/2025
Ingrid Guimarães estreia coluna quinzenal no GLOBO: ‘Meu gênero de escrita é uma crônica da vida’
Ingrid Guimarães estreia coluna quinzenal no GLOBO: ‘Meu gênero de escrita é uma crônica da vida’ - Foto: Reprodução

Em maio de 2001, a atriz ficou até as 5h da manhã na frente de uma banca de jornal esperando a chegada de uma edição de sábado do GLOBO para ler o que a célebre e implacável crítica de teatro Barbara Heliodora (1923-2015) havia escrito sobre “Cócegas”, sua peça autoral de comédia com Heloísa Périssé. Gritou de alegria no meio da rua quando se viu, inesperadamente, na capa do Segundo Caderno, com elogios como “autoras divertidas” e “atrizes competentes”.

'Sem perrengue, sem história':

Novo álbum:

O destaque e o aval de Barbara fizeram o espetáculo explodir, mudaram a vida de Ingrid e, de certa forma, num círculo perfeito, a trazem de volta ao GLOBO — desta vez como colunista. A partir de amanhã, a atriz ganha um espaço quinzenal, aos domingos, no mesmo suplemento que a projetou.

— Sempre gostei de escrever e fiz isso muito para o teatro, para os meus filmes — diz a artista, de 53 anos. — E o meu gênero de escrita é uma crônica da vida mesmo. A princípio, quando se é chamada para ser colunista de um jornal, você fala assim: “Ah, vou comentar assuntos muito importantes, mostrar que sou culta.” Depois, parei e pensei que tenho 35 anos de carreira e sei do que a minha audiência gosta. Então, vou colocar meu olhar sobre coisas que estão acontecendo no mundo.

Origens jornalísticas

Nascida em Goiânia e filha de um jornalista que trabalhou no diário Última Hora (um dos mais importantes do Brasil nos anos 1950), a atriz teve o hábito da escrita desenvolvido e incentivado pelo pai e pelo avô. Com esse último, inclusive, trocava infindáveis cartas na época em que “Confissões de adolescente”, primeira peça com um texto seu, percorria o Brasil no início da década de 1990. Aliás, foi o diretor do espetáculo, Domingos de Oliveira (1936-2019), que a estimulou a escrever textos teatrais. Ele pediu um esquete para a menina de 17 anos e recebeu uma cena divertida sobre a primeira vez em que ela havia fumado maconha.

—Ele falou para mim: “Olha, você tem a mão para a escrita. Faça das suas histórias o seu mundo. E não pare de escrever.”

Presente em algumas das maiores bilheterias de cinema do país, com filmes como as franquias “De pernas pro ar”, Ingrid viu o hábito da escrita ser atropelado. A coluna do GLOBO, portanto, marca uma retomada às raízes, que inclui também um tempo para a dramaturgia. Ela volta aos palcos, em meados do ano que vem, com um monólogo de autoria própria, agora dirigido por Guilherme Piva.

— Quando comecei a fazer sucesso, parei de escrever ou então escrevia tudo rápido, em avião. Estava com saudade disso— reflete, adiantando o que apresentará nos palcos. — Estou fora do teatro há cinco anos e vou falar sobre envelhecer de maneira bem-humorada.

Confissões de 50+

Antes, mais um filme: “”, que rodou com Mônica Martelli em Portugal e Espanha e com previsão de lançamento para o início do ano que vem. As duas são unha e carne na vida real há três décadas e, na ficção, contam a história de duas mães que sofrem da síndrome do ninho vazio quando as filhas partem para um intercâmbio na Europa. Resolvem, então, surpreender as meninas e acabam surpreendidas pela vida:

— É sobre reinvenção aos 50 em todos os quesitos. É sobre irmandade feminina, amizade, envelhecimento e alegria. Acho que vai ser uma libertação para a minha idade.

A quebra de expectativas está também em Paula Pratta, sua última personagem no cinema, no longa “Perrengue fashion”, quarto maior lançamento nacional de 2025. Ela é uma influenciadora digital 50+, contratada por uma marca famosa para uma campanha de Dia das Mães ao lado do filho. Mas o rapaz se muda para a Amazônia e obriga a mãe a ir atrás dele para garantir o job. Com Rafa Chalub e Filipe Bragança, o longa entrou ontem no catálogo do Prime Video. A direção é de Flávia Lacerda.

— As críticas, talvez, foram as melhores da minha vida. Ele mostra muito meu amadurecimento: uma Ingrid coprodutora, autora e líder de um filme — reflete.