Nos últimos meses, nomes como Virginia Fonseca, Bruna Biancardi, Georgina Rodríguez e tantas outras mulheres ligadas ao universo do futebol passaram a ser associadas nas redes sociais à sigla WAG. Mas de onde surgiu esse termo, que ganhou força no Brasil, e o que ele realmente significa?

A expressão WAGs é a abreviação de "Wives and girlfriends" — em tradução literal, "esposas e namoradas". O termo surgiu no início dos anos 2000, carregado de estereótipos, quando a imprensa britânica passou a utilizá-lo para se referir às parceiras de grandes atletas, especialmente jogadores de futebol, como se essas mulheres existissem apenas à sombra do sucesso de seus companheiros.

A sigla ganhou destaque mundial durante a Copa do Mundo de 2006, quando tabloides passaram a acompanhar cada passo dessas mulheres. Na época, Victoria Beckham — que já era famosa como integrante das Spice Girls e chamava atenção por ser casada com David Beckham — tornou-se praticamente sinônimo de WAG.

O interesse midiático foi tanto que a família Beckham virou tema de documentário, abrindo caminho para outras produções. Em 2015, por exemplo, um canal americano lançou o reality "WAGs", reunindo mulheres de atletas para mostrar tanto as dificuldades quanto os luxos do cotidiano nesse universo.

No Brasil, o termo voltou aos holofotes recentemente por conta do relacionamento entre Virginia Fonseca e Lucas Henrique (nome do jogador não informado no texto original). Com a ascensão internacional do atleta, as redes passaram a enquadrar Virginia nesse grupo — o que ela leva com bom humor. Em entrevista recente, afirmou que está "tudo ótimo, leve e incrível" com o relacionamento e tranquilizou os fãs após boatos de término: "O povo fala muito, mas é mentira. Não dá para acreditar em tudo o que falam".

Outras brasileiras também integram essa lista: Tainá Militão (casada com Éder Militão), Gabriely Miranda (esposa de Gabriel Jesus), Belle Silva (de Thiago Silva) e Marília Nery (de Danilo Pereira). No cenário internacional, nomes como Georgina Rodríguez (de Cristiano Ronaldo), Antonela Roccuzzo (de Lionel Messi) e até Taylor Swift — pelo relacionamento com o astro do futebol americano Travis Kelce — figuram entre as WAGs mais comentadas.

Mas o termo ainda é pejorativo?

Atualmente, não necessariamente. Embora tenha nascido com um tom reducionista, o rótulo foi ressignificado ao longo do tempo. Hoje, "WAG" serve como uma forma prática de identificar esse universo, reconhecendo que muitas dessas mulheres possuem carreiras próprias, empresas, marcas e independência consolidada.

No fim das contas, ser chamada de WAG, hoje, revela mais sobre o interesse do público na mistura entre esporte, vida pessoal e cultura pop do que sobre qualquer tentativa de diminuir o papel dessas mulheres.