O Museu de Arte Moderna do Rio exibe a partir desta sexta-feira (24), das 9h às 16h, a mostra Casa Escola Viva, com trabalhos de artistas que participaram da residência homônima que vem ocupando a instituição desde 13 de outubro. Entre os itens expostos, há pinturas, desenhos, fotografias, miçangas, cestaria e tecelagem.

'Só dormi com ele uma noite':

'Medo e preconceito':

A residência foi idealizada pela Associação Selvagem, fundada por e Anna Dantes, que estarão no evento de hoje com o músico Matheus Aleluia. A coordenação da residência ficou a cargo da filósofa e educadora Cris Takuá, do povo Maxakali.

— Os trabalhos desenvolvidos na residência nascem em um espaço de convivência, aprendizado e partilha, em que desenhar, pintar e narrar histórias se tornam gestos de registro, memória e futuro — diz Takuá.

Todos os artistas selecionados pelo projeto são indígenas e participam de Escolas Vivas: Frank Bitencourt Fontes e Larissa Bitencourt Fontes, do povo Baniwa, do Amazonas; Fabiano Verá da Silva e Neuzilia Duarte, do povo Guarani Mbya, de São Paulo; Mamei Maxakali e Isabelinha Maxakali, dos Maxakali, de Minas Gerais; Maria Ducila Sena da Silva Kaxinawa, Ayani e José Maia Kaxinawa, dos Huni Kuin, do Acre; Ivan Menezes Barreto, Ivan Tukano e Thais Sarmento Fernandes, do povo Tukano-Dessano-Tuyuka, do Amazonas.

Outro desdobramento da residência Casa Escola Viva no MAM Rio é a exposição que será montada no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, no ano que vem, com as obras produzidas pelos artistas.

— A residência amplia o debate sobre a produção artística e a proteção de saberes tradicionais ao propor reflexões sobre o diálogo entre a arte indígena e os sistemas ocidentais de museus e mercado— diz Anna Dantes, cofundadora da Selvagem.