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Filhos de Cid Moreira acusam viúva por desvio de mais de R$ 500 milhões e pedem nova investigação

Maria de Fátima Sampaio Moreira informa que não se manifestará; em 2024, MP apontou prática de 'denunciação caluniosa' por parte da prole

Agência O Globo - 21/10/2025
Filhos de Cid Moreira acusam viúva por desvio de mais de R$ 500 milhões e pedem nova investigação

Um ano após a morte de Cid Moreira — em decorrência de —, o espólio do jornalista, apresentador e locutor segue sob intensa disputa judicial entre a família. Filhos do profissional que comandou o , na , ao longo de 26 anos, Roger e Rodrigo Moreira solicitam, junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro, a abertura de um novo inquérito contra Maria de Fátima Sampaio Moreira, a viúva do pai. Eles a acusam por "se aproveitar da vulnerabilidade física e mental do genitor" para desviar um valor acima de R$ 500 milhões referente a seu patrimônio, como avalia a defesa de Roger e Rodrigo ao GLOBO.

Acusação polêmica:

É tudo verdade:

Uma ação rescisória protocolada no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro busca uma revisão da sentença do pedido de interdição de Cid Moreira realizada em 2021. À época, os filhos do apresentador alegaram — chamando atenção para "evidências clínicas, cognitivas e comportamentais", como indica o documento obtido pelo GLOBO — que o pai era um idoso com "demência senil em estágio avançado, comprometendo sua capacidade civil".

Em 2024, no entanto, uma denúncia realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro apontou que Roger e Rodrigo praticaram perante à Justiça, ou seja, apresentaram informações falsas e inconsistentes à polícia ao alegarem que Fátima Sampaio, com quem Cid era casado há mais de duas décadas, teria se apropriado de maneira abusiva do patrimônio do marido, que deserdou os filhos em testamento.

Agora, eles reclamam que o citado pedido de interdição foi "julgado apressadamente" e reivindicam que Fátima seja alvo de nova investigação por possíveis práticas como ocultação de bens, enriquecimento ilícito, omissão de renda, formação de associação continuada e uso de terceiros — os chamados "laranjas" —, além de suspeitas de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, transações imobiliárias e vínculos empresariais irregulares. Até o momento, a equipe de Fátima informa que ela não se posicionará publicamente.

Representante dos filhos de Cid, o advogado Ângelo Carbone afirma, ao GLOBO, que a "dilapidação do patrimônio" pode ter envolvido uma quantia próxima a R$ 1 bilhão. Os documentos acusam Fátima de afastar Cid "de seus familiares, amigos, advogados e parentes, aproveitando-se da evolução da demência para transferir para o seu nome o patrimônio dele", além de mantê-lo em "cárcere privado" como "vítima de maus-tratos e abusos", como acrescenta o arquivo.

— O objetivo é que se seja agora realizado uma perícia judicial indireta em busca de uma declaração de que o mesmo não tinha condições de administrar sua vida por problemas psiquiátricos, e que ele foi usado pela viúva — considera o advogado.