Conhecimento
Mestrandos brasileiros poderão ser beneficiados com retorno do Reino Unido ao programa Erasmus
País anunciou, nesta quarta-feira, que voltará a fazer parte do projeto de intercâmbios universitários em 2027; governo britânico havia se retirado da iniciativa após o Brexit, em 2020
O Reino Unido firmou um acordo com a União Europeia (UE) para retornar, em 2027, ao Erasmus+, programa de intercâmbio universitário que oferece bolsas de estudo para estudantes de diversos países. O anúncio, feito nesta quarta-feira pelo governo britânico e pela Comissão Europeia, representa uma nova oportunidade para acadêmicos brasileiros ingressarem em cursos de mestrado no país europeu.
Segundo Nick Thomas-Symonds, ministro britânico para as Relações com a União Europeia, "a adesão ao Erasmus+ é uma conquista importante para os nossos jovens, ao eliminar obstáculos e ampliar horizontes para que todos, independentemente da sua origem, tenham a possibilidade de estudar e formar-se no exterior".
O acordo faz parte da retomada das relações entre Reino Unido e UE, liderada pelo primeiro-ministro Keir Starmer desde julho de 2024, após anos de tensões provocadas pelo Brexit entre o bloco europeu, atualmente com 27 países, e os governos conservadores anteriores.
De acordo com comunicado da Comissão Europeia, "a adesão ao Erasmus+ em 2027 deve proporcionar oportunidades significativas nos setores da educação, formação, esporte e juventude, tanto para as pessoas do Reino Unido como da UE, especialmente para as gerações mais jovens".
O Brasil é um dos países parceiros do Erasmus+ e oferece bolsas de mestrado em áreas como Literatura, Engenharia, Química, Jornalismo e Cinema. Cada programa possui requisitos e editais próprios. De modo geral, é necessário comprovar proficiência em inglês, ter concluído a graduação há menos de seis anos e não estar residindo na Europa há, pelo menos, 15 meses para concorrer às bolsas.
Saída do projeto e retorno
O Reino Unido havia deixado o programa em 2020, após o Brexit, decisão anunciada pelo então primeiro-ministro Boris Johnson, que justificou a saída pelo alto custo do Erasmus+. À época, Johnson destacou que o país recebia quase 35 mil estudantes europeus por ano, enquanto enviava cerca de 17 mil ao continente.
O Erasmus+ permite que jovens dos 27 países membros e de países parceiros estudem em universidades e centros de ensino superior associados à UE, com bolsas que cobrem despesas adicionais. Os estudantes pagam as matrículas em suas instituições de origem, enquanto custos extras são financiados com recursos públicos europeus.
Desde o Brexit, jovens europeus que estudam no Reino Unido passaram a pagar tarifas universitárias elevadas, muitas vezes três vezes superiores ao valor cobrado de britânicos.
Segundo o governo britânico, mais de 100 mil pessoas poderão ser beneficiadas pelo programa já no primeiro ano de retorno. A contribuição do Reino Unido para o ano letivo de 2027-2028 será de quase 570 milhões de libras (cerca de 4,19 bilhões de reais, na cotação atual).
Desde sua criação, o Erasmus já beneficiou mais de nove milhões de pessoas em todo o mundo.
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