Empreiteiros que atuaram na construção do Hospital de Palmeira dos Índios fizeram um apelo público às autoridades estaduais, denunciando um suposto calote que já ultrapassa R$ 1,6 milhão, atribuído à empresa NG Engenharia, responsável inicial pela execução da obra.

Em depoimento gravado na redação da Tribuna do Sertão, Israel, responsável pela empresa Nivelar, afirmou que diversos prestadores de serviço foram lesados financeiramente, mesmo após executarem etapas fundamentais da construção da unidade hospitalar, que está em fase final e com inauguração prevista para esta sexta-feira (19).

Segundo ele, os empreiteiros decidiram tornar o caso público porque a situação estaria sendo tratada de forma silenciosa, enquanto empresas acumulam prejuízos e correm risco de fechar as portas.

Pagamentos prometidos nunca chegaram

De acordo com o relato, a NG Engenharia alegava reiteradamente que aguardava repasses para efetuar os pagamentos, o que, segundo os empreiteiros, nunca se concretizou.

“A gente executou o serviço, entregou o que foi contratado, e os pagamentos nunca caíram. Sempre diziam que estavam aguardando recursos, mas isso nunca aconteceu”, afirmou Israel.

Com a proximidade da inauguração, o Governo do Estado teria determinado que outra empresa assumisse a conclusão da obra, para garantir o cumprimento do prazo. No entanto, os empreiteiros afirmam que, com a troca, foram simplesmente descartados, sem qualquer solução para os valores em aberto.

Empresa teria se retirado da obra

Ainda segundo os denunciantes, a NG Engenharia se evadiu da obra, retirando engenheiros e responsáveis técnicos do local. Um dos profissionais que ainda permaneciam estaria em aviso prévio, prestes a deixar o canteiro.

“A empresa está tirando o corpo fora. Quem assumiu agora desconhece completamente a situação dos empreiteiros que ficaram com o prejuízo”, relatou.

Prejuízos individuais elevados

Os valores relatados impressionam:

• Um dos empreiteiros afirma ter prejuízo próximo de R$ 1 milhão;
• Outro relata cerca de R$ 500 mil em valores não pagos;
• Há ainda casos de R$ 90 mil a R$ 100 mil em aberto.

Somados, os prejuízos ultrapassam R$ 1,6 milhão, segundo os próprios denunciantes.

“Tem empresas que vão fechar as portas por conta disso. Outras vão passar o ano inteiro tentando se recuperar”, alertou Israel.

Apelo direto ao governador Paulo Dantas

Diante do cenário, os empreiteiros fizeram um apelo direto ao governador Paulo Dantas e aos órgãos responsáveis pela obra, pedindo uma intervenção do Estado para que a NG Engenharia seja responsabilizada e efetue os pagamentos devidos.

“A gente está implorando por ajuda. Precisamos que o governo tome alguma atitude para que a empresa NG pague o que deve”, afirmou.

Silêncio da empresa e da SESAU

A Tribuna do Sertão tentou entrar em contato com a NG Engenharia pelo número telefônico de prefixo (61) e final 2646, mas não obteve sucesso até o fechamento desta matéria.

A reportagem também encaminhou questionamentos à assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (SESAU), responsável pela obra, mas não recebeu resposta.

O espaço permanece aberto para manifestação da empresa NG Engenharia e da SESAU.