Cidades

Agora sem os milhões da Águas do Sertão, Palmeira segue sem teatro, sem centro administrativo, sem parque urbano. E sem explicação convincente

A cidade trocou sua água por milhões. Mas os milhões viraram rotina. Recurso histórico não resultou em obras históricas. Palmeira perdeu o bonde do progresso

Redação 05/12/2025
Agora sem os milhões da Águas do Sertão, Palmeira segue sem teatro, sem centro administrativo, sem parque urbano. E sem explicação convincente
GASTADOR: Julio Cezar foi o responsável por torrar oas R$115 milhões da Águas do Sertão com "custeio"; algumas despesas são irregulares

Se os recursos da outorga da água fossem aplicados com visão de futuro, hoje Palmeira dos Índios teria um cenário completamente diferente. A cidade teria o que nunca teve: teatro, cinema, centro de convenções, parque urbano, heliporto, campo de pouso modernizado, centro administrativo integrado, ciclovias, praças revitalizadas e um novo padrão de vida para a população.

Mas nada disso aconteceu.

DINHEIRO HISTÓRICO, RESULTADO NULO


Com R$ 115 milhões, era possível construir:

•Um Centro de Convenções Regional
•Um Teatro Municipal moderno
• Um Parque urbano modelo, com infraestrutura esportiva e cultural
• Um aeroporto regional ou campo de pouso estruturado
•Um centro administrativo próprio, reunindo todas as secretarias
• Um hospital municipal público
•Um cineclube popular com biblioteca e auditório
• Investimentos em turismo religioso, polo universitário, zonas industriais
•Um programa permanente de pavimentação urbana planejada

Mas em vez disso, a cidade gastou tudo com o que já deveria pagar com suas receitas ordinárias: folha de pagamento, contratos, publicidade, viagens, combustível e

Serviços diversos.

UMA CIDADE SEM CULTURA, SEM ESTRUTURA, SEM VISÃO


Palmeira dos Índios é a quarta maior cidade de Alagoas, mas:

* não tem teatro
* não tem cinema
* não tem centro de convenções
* não tem heliporto
* não tem parque urbano
* não tem campo de pouso funcional
* não tem ciclovia
• não tem espaço para eventos públicos de médio porte
* Não tem centro administrativo

E o mais grave: não tem um plano para mudar isso.

UMA OPORTUNIDADE ENTERRADA POR QUATRO DÉCADAS


A concessão firmada tem validade superior a 40 anos. Ou seja: a água já foi vendida, a gestão foi entregue a uma empresa privada, e a cidade não construiu com isso nem mesmo a base para crescer com autonomia.

Palmeira dos Índios perdeu uma oportunidade que talvez nunca mais volte.

Fica a pergunta: quem assume a responsabilidade por ter desperdiçado o futuro da cidade?

Vladimir Barros

Vladimir Barros

É natural do Rio de Janeiro e radicado em Alagoas. Advogado e jornalista filiado ao SINDJORNAL, formado na Universidade Federal de Alagoas. Membro da Associação Alagoana de Imprensa e da Academia de Letras de Palmeira dos Índios, Alagoas. É Diretor de jornalismo do Grupo Tribuna do Sertão