Cidades
Tanawy Kariri confirma assembleia e alerta para ameaças contra indígenas durante levantamento da Funai em Palmeira dos Índios
O líder indígena Tanawy Kariri, uma das principais vozes do povo Xukuru-Kariri, confirmou que o número exato de agricultores que já firmaram acordo para receber indenizações da Funai será conhecido apenas no dia 31 de outubro, durante assembleia geral marcada para ocorrer na Aldeia Fazenda Canto, em Palmeira dos Índios.
Na mesma data, segundo Tanawy, será solicitado ao governo do Estado, ao Incra e ao Iteral que se pronunciem sobre o mapeamento dos assentamentos rurais existentes na área sob estudo. Uma reunião com o Iteral está prevista para a próxima semana, a fim de discutir a situação dos pequenos produtores rurais afetados pelo processo.
“Nos preocupa muito a situação dos pequenos produtores. A Funai está priorizando o recadastramento dos posseiros maiores e os chamados cadastros de boa-fé, além dos que se declararem indígenas, para iniciar os pagamentos”, afirmou Tanawy.
Pagamentos começam em dezembro e seguem até abril de 2026
De acordo com o líder, a previsão é que os pagamentos das indenizações comecem em dezembro deste ano, priorizando os casos de quem vive há mais tempo no território indígena. O cronograma inicial deve se estender até abril de 2026.
Permanecerão no território, conforme Tanawy explicou, os indígenas e aqueles casados com indígenas, seguindo os critérios estabelecidos pela Consulta Prévia, Livre, Informada e de Boa-Fé (CCPLI), direito reconhecido internacionalmente aos povos originários.
Funai cria nova equipe e promete cumprir prazos
A Funai deverá criar uma terceira equipe técnica para reforçar os levantamentos fundiários e agilizar as avaliações de campo. A intenção, segundo Tanawy, é garantir que todos recebam um preço justo e que os trabalhos ocorram dentro do novo prazo judicial, que vai até 1º de novembro, em cumprimento às determinações da Justiça Federal.
“Com mais pessoas no grupo de trabalho, acreditamos que a Funai conseguirá cumprir o prazo e realizar o levantamento com justiça e respeito aos direitos de todos”, destacou.
Denúncias de ameaças e
investigação da Polícia
Federal
Tanawy também confirmou que as ameaças contra lideranças indígenas persistem desde o início dos levantamentos realizados pela Funai. Na última semana, representantes da etnia participaram de uma oitiva qualificada na sede da Polícia Federal em Maceió, com a presença de membros da Polícia Civil, Defensoria Pública, Ministério Público Federal e outras autoridades.
Durante a oitiva, foram relatadas ameaças de morte sofridas por membros da comunidade. A Polícia Federal solicitou que os nomes dos acusados permaneçam em sigilo, e muitos dos denunciados já começaram a ser ouvidos.
Tanawy confirmou que está recebendo proteção do Departamento de Direitos Humanos e que as ameaças geralmente ocorrem pelas redes sociais, muitas vezes anexadas a reportagens jornalísticas.
“Seguimos firmes na defesa do nosso direito e na busca por justiça. As ameaças não vão nos calar”, declarou o líder indígena.
A assembleia marcada para o dia 31 de outubro será decisiva para a definição do número de acordos firmados, para o encaminhamento dos pedidos de pronunciamento do governo e dos órgãos fundiários, e para a organização das etapas finais do processo de indenização e regularização da Terra Indígena Xukuru-Kariri.
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