O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou neste sábado (23) que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras é um mecanismo para "reabilitar a extrema-direita no Brasil".

Participando virtualmente de um encontro do PT, Haddad afirmou, conforme publicado pelo portal Terra, que o material encontrado por agentes da Polícia Federal no celular do ex-presidente Jair Bolsonaro mostram que as ações tomadas pelo presidente Donald Trump não têm cunho comercial, mas sim de buscar ajudar a quem ele chamou de "golpistas".

"Vimos aí pelas mensagens trocadas que o único objetivo é livrar a cara dos golpistas e não tem nenhuma outra finalidade, essa hostilidade, que não seja reabilitar a extrema-direita no Brasil."

Segundo Haddad, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, está conduzindo de maneira "altiva" as negociações com Estados Unidos, embora "grupos de extrema-direita que de patriotas não tem nada" estejam agindo de maneiro "hostil" para atrapalhar.

"Jamais passou pela nossa cabeça abrir mão da parceria com os Estados Unidos. Mas não nas condições que nos estão sendo impostas. Sempre mantivemos nossa postura altiva, séria e soberana. São povos com relações históricas de 200 anos. Não tem nenhuma razão para que isso mude, até porque o governo Trump é temporário."

Nesta semana, um relatório da Polícia Federal com os arquivos encontrados no celular de Bolsonaro mostraram que membros da família e apoiadores enxergam o tarifaço dos EUA como uma chance de forçar uma anistia a condenados por atos golpistas, como nos eventos de 8 de Janeiro.

"Nós não podemos abrir mão de nossa soberania, da independência dos Poderes", afirmou Haddad.

Por Sputinik Brasil