Brasil
majoritárias entre brancos e pardos, mulheres são minoria na população preta
Pesquisa constatou que a cada 100 mulheres de cor ou raça preta existem aproximadamente 104 homens, valor que supera a média nacional, de 94,2

O Censo 2022 mostrou que a população preta é a única em que o número de homens supera o de mulheres. A pesquisa constatou que a cada 100 mulheres de cor ou raça preta existem aproximadamente 104 homens pretos. Esse valor supera em quase dez pontos percentuais a média nacional, no qual existem 100 mulheres para cada 94,2 homens. O destaque está para a proporção no Norte do Brasil (122,1).
"É difícil encontrar uma causa única para esse fenômeno. No meu entendimento, os dados indicam que mais homens se declaram pretos do que mulheres, que optam por se declarar pardas", explica José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e pesquisador aposentado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados revelados nesta sexta-feira evidenciam também o crescimento de 42,3% do número de pessoas de cor ou raça preta (aproximadamente seis milhões) em comparação com o estudo anterior do IBGE, realizado em 2010.
O IBGE utiliza o conceito de “raça” como uma categoria socialmente construída na interação social e não como um conceito biológico. Na pesquisa, cada pessoa responde ao IBGE a sua percepção sobre a cor ou raça a que pertence, baseado em critérios como origem familiar, cor da pele, traços físicos, etnia e pertencimento comunitário, entre outros. Além disso, o instituto afirma que essas cinco categorias estabelecidas na investigação (branca, preta, amarela, parda e indígena) também podem ser entendidas pelo informante de forma variável.
No entanto, o manual de entrevista do Censo conceitua cada uma das categorias. A pessoa parda, por exemplo, é definida como aquela "que se declarar parda ou que se identifique com mistura de duas ou mais opções de cor ou raça, incluindo branca, preta, parda e indígena". Já a amarela é definida como "pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana, etc".
Veja o número de homens para cada 100 mulheres
Brasil
Total - 94,2
Branca - 89,9
Preta - 103,9
Amarela - 89,2
Parda - 96,4
Indígenas - 97,1
Norte
Total - 99,7
Branca - 93,2
Preta - 122,1
Amarela - 84,0
Parda - 99,0
Indígenas - 101,1
Nordeste
Total - 93,5
Branca - 89,1
Preta - 103,2
Amarela - 73,8
Parda - 93,6
Indígenas - 92,9
Sudeste
Total - 92,9
Branca - 88,5
Preta - 99,9
Amarela - 90,5
Parda - 96,9
Indígenas - 90,7
Sul
Total - 95,0
Branca - 92,3
Preta - 104,6
Amarela - 94,4
Parda - 102,2
Indígenas - 98,7
Centro-Oeste
Total - 96,7
Branca - 91,6
Preta - 114,6
Amarela - 89,3
Parda - 97,5
Indígenas - 96,7
O Censo aponta que a população brasileira no ano passado era formada por 92.083.286 pessoas pardas (45,3%), 88.252.121 brancas (43,5%), 20.656.458 pretas (10,2%), 1.694.836 indígenas (0,8%) e 850.130 amarelas (0,4%).
Esta é a primeira vez que ela é composta majoritariamente por pessoas pardas, o que confirma as tendências de alteração do pertencimento étnico-racial dos residentes no país apontadas pelas pesquisas domiciliares do IBGE.
Ao longo dos últimos 31 anos, quando o IBGE passou a investigar simultaneamente os cinco grupos étnico-raciais, a população branca ocupava a liderança em todas as faixas etárias. Entretanto, os resultados da pesquisa de 2022 mostram um crescimento de pretos e pardos em todos os grupos de idade, enquanto o inverso ocorreu entre a parcela da população que se declara branca, que mesmo com a perda de representação ainda é predominante entre os mais velhos.
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