Alagoas, 208 anos: um Estado de gigantes
Alagoas completa hoje 208 anos de emancipação. Um Estado pequeno em território, mas imenso em feitos e em gente. Entre lagoas, mar e sertão, construiu uma identidade que mistura resistência, cultura, política, arte, música e trabalho, e que segue pulsando como se cada geração tivesse o dever de reafirmar a grandeza dessa terra.
Na literatura, Alagoas ergueu pilares. Graciliano Ramos, com sua escrita seca e precisa, levou o sertão ao mundo. Jorge de Lima, poeta universal, misturou fé e surrealismo. Lêdo Ivo, da segunda geração modernista, desenhou a língua com rara musicalidade. E Aurélio Buarque de Holanda, dicionarista maior, transformou palavras em patrimônio nacional.
Na política, os alagoanos deram ao Brasil presidentes que marcaram a fundação da República: Marechal Deodoro da Fonseca, que proclamou a nova ordem, e Floriano Peixoto, o “Marechal de Ferro”, que consolidou suas bases. Mais tarde, Teotônio Vilela, o Menestrel das Alagoas, seria a voz que ecoou pelo país como símbolo da redemocratização, mostrando que esta terra também gera consciência e coragem cívica.
Na música, o mundo ouviu sons que nasceram aqui. Djavan, com seu canto que mistura samba, jazz e poesia, é embaixador das águas de Maceió. Hermeto Pascoal, o mago de Lagoa da Canoa, faz de qualquer coisa um instrumento — de chaleira a flauta — e transformou-se em referência mundial. Jacinto Silva, mestre do coco e do forró de raiz, espalhou a poesia do agreste por palcos e feiras, tornando-se voz do povo que canta as próprias dores e alegrias.
Na ciência e na saúde, Nise da Silveira revolucionou a psiquiatria, humanizando tratamentos e dando ao Brasil um exemplo universal de compaixão e ciência. Sua obra ecoa até hoje, mostrando que do solo alagoano brotam ideias capazes de transformar o mundo.
No patrimônio, cidades são monumentos vivos. Marechal Deodoro, primeira capital, guarda o barroco e as origens. Penedo, às margens do São Francisco, respira história, cultura e preserva um dos mais belos conjuntos arquitetônicos do país. Palmeira dos Índios, terra de Luiz Torres e Ivan Barros, é símbolo da força cultural do interior, palco de escritores, artistas e de tradições que moldam a alma sertaneja. Arapiraca, pujante no agreste, é motor econômico: da força do fumo às novas atividades comerciais, tornou-se centro de desenvolvimento e inovação, provando que Alagoas também é trabalho e prosperidade.
Seja nas letras, na música, na ciência ou na política, Alagoas mostrou ao Brasil que não é preciso grande extensão para produzir gigantes. Aqui, onde o mar encontra o sertão e as lagoas se tornam espelho da história, nasceram homens e mulheres que ajudaram a construir o país.
Hoje, ao celebrar 208 anos, Alagoas reafirma sua essência: pequena no mapa, mas imensa na contribuição ao Brasil. Que o futuro siga sendo escrito com a mesma ousadia e grandeza que moldaram este povo, esta cultura e este Estado que insiste, com razão, em ser gigante.
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