Apenas mais um, sem notoriedade

09/05/2020

No governo de Michel Temer, após o impeachment de Dilma Rousseff, foi criado um novo Ministério. A então Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP passou a integrar esta nova Pasta, denominada: Ministério da Justiça e Segurança Pública, fortalecendo sua abrangência. Tornou-se o juiz Sérgio Moro um super ministro, tido como o membro de maior visibilidade do governo, algumas vezes até superando o presidente em popularidade nacional.

Moro, no entanto, não pode ser considerado um bom ministro. Teve uma gestão pífia, se preocupando mais em manter sua imagem e vencer barreiras e rusgas com o presidente e sua família. Criou embates com o Poder Legislativo e mesmo com o Judiciário. O Ministério da Justiça, por tradição, sempre foi ocupado, salvo raras exceções, por figuras notórias do mundo da Justiça e também da política. Em minha pesquisa sobre os antecessores do juiz apenas no período 1964/2018 encontrei mais de uma dezena de figuras notáveis, das quais Moro amarga uma imensa distância pelos conhecimentos jurídicos e atuação como ministro. Vou citar apenas alguns: Milton Campos, Alfredo Buzaid, Petrônio Portella, Paulo Brossard, Bernardo Cabral, Célio Borja, Saulo Ramos, Miguel Reale Junior, Jarbas Passarinho, Márcio Thomaz Bastos e muitos outros. Moro foi incapaz de inovar e mesmo administrar com competência o MJ. Resumindo: Moro entrou grande e saiu nanico.

Pedro Oliveira

Pedro Oliveira

Escritor e jornalista com vasta experiência em análise política. Autor dos livros “Arquivo Aberto/Crônica de um Brasil Corrupto”, “Brasil 2006 A História das Eleições” / “Manual Prático de Licitações e Contratos” “Resumo Político - Crônicas, histórias e os bastidores da política brasileira”. Articulista político da Tribuna do Sertão, Jornal Extra e Blog Resumo Político. Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB, Presidente do Instituto Cidadão e Membro Coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Atuou no Diário de São Paulo, Revista NÓS ( SP), Diários Associados ( Jornal de Alagoas), Jornal de Hoje. Fundador do Jornal Opinião e do Correio de Alagoas, este junto com o jornalista Pedro Collor de Mello.