Novo, sério, mas frágil

25/06/2018

Na disputa eleitoral o jogo é bruto e não há lugar para amadores. Nem sempre a novidade é ruim ou oportunista, mas as chances do novo vencer o velho são remotas, principalmente nas regiões menos desenvolvidas como o Nordeste, onde prevalece o voto oportunista, negociado e com “donos”. Não que grandes estados, a exemplo de São Paulo, sejam excluídos desse cenário, mas a proporção é bem menos acentuada.

Para mostrar um exemplo emblemático desse quadro temos  a candidatura do jovem deputado estadual Rodrigo Cunha para o Senado. Um brilhante parlamentar, que se tornou exceção dentro de uma Assembleia Legislativa  apodrecida pela corrupção e desvio de conduta da maioria de seus membros. Bem avaliado nas pesquisas de votos teve a coragem de abrir mão de uma eleição certa (para a Assembleia ou Câmara Federal) para disputar uma improvável vaga no Senado Federal. Vai ser bem votado, mas perde eleição, pois ainda não é profissional do ramo. É novo, é bom, mas será derrotado.

Pedro Oliveira

Pedro Oliveira

Escritor e jornalista com vasta experiência em análise política. Autor dos livros “Arquivo Aberto/Crônica de um Brasil Corrupto”, “Brasil 2006 A História das Eleições” / “Manual Prático de Licitações e Contratos” “Resumo Político - Crônicas, histórias e os bastidores da política brasileira”. Articulista político da Tribuna do Sertão, Jornal Extra e Blog Resumo Político. Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB, Presidente do Instituto Cidadão e Membro Coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Atuou no Diário de São Paulo, Revista NÓS ( SP), Diários Associados ( Jornal de Alagoas), Jornal de Hoje. Fundador do Jornal Opinião e do Correio de Alagoas, este junto com o jornalista Pedro Collor de Mello.