Núcleo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade do IFSP publica resposta às falas de vereadores de Maceió

13/10/2025
Núcleo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade do IFSP publica resposta às falas de vereadores de Maceió
- Foto: Reprodução da Cartilha

O documento reafirma o caráter educativo e legal da cartilha, que promove respeito, inclusão e combate à desinformação

Na semana passada, a Câmara de Vereadores de Maceió foi palco de discussão sobre a cartilha “Vamos falar sobre gênero e sexualidade no IFSP?”, produzida pelo Núcleo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade (NUGS), do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

Os vereadores Caio Bebeto (PL) e Leonardo Dias (PL) levaram o assunto para debate contra a professora Vanieire dos Santos Oliveira Ramos, da Escola Estadual Professor Edmilson de Vasconcelos Pontes, criticando a atuação da docente pelo trabalho em sala de aula.

Em entrevista ao Blog do Alexandre Fleming, a professora relatou que seu trabalho pedagógico sobre gênero e sexualidade, desenvolvido com alunos do 9º ano, havia se tornado alvo de um ataque público promovido por vereadores da extrema-direita na Câmara Municipal de Maceió.

Na última sexta-feira, 10, o Núcleo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade do IFSP (NUGS), publicou uma carta aberta em resposta às falas de vereadores de Maceió sobre a cartilha. 

O documento reafirma o caráter educativo e legal da cartilha, que promove respeito, inclusão e combate à desinformação. Destaca ainda que discutir gênero e sexualidade é dever ético das instituições públicas e parte do compromisso com os direitos humanos.

"Quando um representante público se levanta contra um material que ensina sobre respeito, diversidade e combate à violência, ele não está defendendo "a família" ou "bons costumes"; ele está, na verdade, defendendo a "ideologia da ignorância" e o preconceito, em um movimento de fazer sua carreira política com base em informações distorcidas e polêmicas envolvendo grupos vulneráveis. O termo pejorativo "ideologia de gênero", frequentemente utilizado para atacar iniciativas como esta, é uma expressão sem base científica ou educacional, criada para incitar o medo e a polarização. A cartilha, inclusive, é objetiva ao afirmar que a expressão é "fruto de preconceito e ignorância" e que a instituição tem o dever de combater sua propagação", diz trecho do texto da carta aberta.

Confira o documento (cartilha e carta aberta) anexado abaixo! 

Kleverson Levy

Kleverson Levy

Kleverson Levi é jornalista e escreve especialmente sobre política.