O encontro do bebê reborn com a fake news
Há quem diga que o sucesso dos bebes reborns representa um sintoma claro da infantilização da vida adulta

O fenômeno do bebes reborns revela muito sobre o estágio atual da humanidade ou sobre a falência das relações sociais que experimentamos. Há quem diga que o sucesso dos bebes reborns representa um sintoma claro da infantilização da vida adulta.
As pessoas querem um filho, mas sem as responsabilidades que uma cria exige. Então surge este fenômeno. É o mercado oferecendo fantasia e vínculo afetivo com produtos, as pessoas não consomem mais por necessidade, utilidade, mas por uma experiência simbólica e afetiva pretensamente embutida no objeto.
Esta infantilização é sinal dos nossos tempos e a cada dia se faz mais evidente. Outro sintoma do nosso tempo é o da cultura do hiper-realismo, no qual a simulação é mais desejável que o real. Trazendo para a política não estamos muito dissociados desta realidade. O fenômeno das fakenews, deepfakes vão ao encontro deste fenômeno.
O real perde cada vez mais valor, é a crise da realidade, e da sobreposição do valor da simulação das emoções sobre os fatos. Tanto as fakenews quanto os bebês reborns operam segundo essa lógica. Quando as pessoas são estimuladas a não confiarem nas instituições, nas mídias ou nos próprios sentidos, elas optam pelo que parece mais verdadeiro emocionalmente.
E isso vale tanto para acreditar numa notícia falsa quanto para tratar um boneco como um filho.
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