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O terrorista do aeroporto

Carlito Peixoto Lima 19/10/2025
O terrorista do aeroporto
Carlito Peixoto Lima - Foto: Arquivo

Na manhã da segunda-feira, 25 de julho de 1966, o Capitão da Marinha do Brasil, Rômulo Uchôa Rodrigues, acordou-se em seu apartamento, meio ressacado da farra de domingo na “Casa da Djanira”, a melhor casa de mulheres do Recife, por dentro do bairro de Boa Viagem. Foi ao banheiro, fez a barba, como todos os dias, desde que entrou na Escola Naval. Tomou uma ducha, lembrando da noitada de amor com Verônica, uma jovem flor sertaneja. Vestiu a farda de Capitão da Marinha. Mantinha suas roupas civis e fardas bem passadas e alinhadas, tarefa da caprichosa arrumadeira de seu apartamento no Edifício Califórnia na praia de Boa Viagem. Tomou café na lanchonete do térreo. Desceu ao estacionamento, ligou seu Gordini vermelho, partiu para o Aeroporto Guararapes, onde, por determinação do seu chefe, Almirante Comandante do 3º Distrito Naval, foi designado para receber o General Arthur Costa e Silva, Ministro da Guerra, pretenso candidato a substituir o General Castello Branco na Presidência da República.


O Capitão dirigia, pensando: – “Uma pena, o General Costa e Silva, “linha-dura”, insistir em ser o substituto do Presidente Castello Branco. Havia esperança, entre amigos democratas e muitos outros brasileiros, de que o Presidente Castello Branco, no final do mandato, convocasse eleições gerais, com nova Constituição. Era a esperança do retorno à Democracia no Brasil. Com o Costa e Silva seria mais difícil, daria continuidade ao Governo Militar”.


Rômulo estacionou o carro. Caminhou em direção ao saguão do aeroporto, lotado de militares, civis, políticos, puxa-sacos. O Capitão conversou rápido com seu chefe, o Almirante, e foi à banca de revista, folheou algumas. Nesse momento ouviu o alto-falante anunciar que o General Costa e Silva havia mudado de trajeto, desembarcaria no aeroporto de João Pessoa e de lá partiria de carro para a sede da SUDENE. Rômulo comprou uma revista e retornou ao estacionamento. Nesse momento ouviu um estrondo forte, uma bomba estourou perto: BUM!!!!! O deslocamento de ar o jogou de lado, o corpo chocou-se contra uma coluna. Ele desmaiou.


O trecho acima é de meu novo romance, O TERRORISTA DO AEROPORTO. Uma história de ficção partindo de um fato real acontecido em 1966, quando o terrorista deixou uma bomba de alto teor no Aeroporto Guararapes do Recife, com a intenção de assassinar o General Costa e Silva, candidato a substituir o presidente Castello Branco. Nada aconteceu com o candidato, mas a bomba matou três pessoas e feriu mais de 15 que se encontravam no Aeroporto do Recife. O romance não foca a luta armada contra o Governo Militar, é pura ficção, uma história de amor.


Lançamento em Maceió dia 24 de outubro (sexta-feira) entre 18:00 e 22:00 hora na Pizzaria Fornaria Jatiúca. Pedidos pelo celular-zap: 82.99690.9964. Será enviado pelos Correios. Só paga se gostar do livro.