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Realidade que guardarei para sempre

Sempre acalentei a certeza de que receber o título de sócio honorário de uma Academia de Letras, principalmente quando esta Instituição é o templo dos templos da cultura em sua terra natal, é como assinar um pacto com a eternidade.
Não se trata apenas de mero diploma, qualquer solenidade ou gesto protocolar, porém mais que isso, é ver seu nome gravado, para sempre, nos anais de santuário cultural onde a palavra não repousa, pulsa. Onde cada sílaba respira, versos resistem, cada texto é ponte entre o ontem e o amanhã.
Dias atrás, vivi realidade que guardarei para sempre, por haver sido entronizado como sócio honorário da Academia Norte-rio-grandense de Letras. Tal momento não se assemelhou a honraria, foi como se minha vida literária tivesse encontrado um porto eterno.
Então naquele instante mágico, senti que a felicidade brotava no peito por ter meu nome vinculado a tão respeitada instituição literária, que tem Diógenes Cunha Lima como aplaudido presidente, mas também por ser a casa de eternos mestres dos saberes, como Peregrino Junior, Leide Câmara, Roberto Lima de Souza, Padre João Medeiros e tantos outros, cujas inteligências engrandecem a alma da terra potiguar.
E dentre eles, destaque para o imortal Câmara Cascudo, autêntico mestre dos saberes, cuja inteligência soube desenhar a alma do Brasil, fazendo do folclore, espelho vivo de uma pátria que jamais se apagou, e justo ele, Câmara Cascudo, naquele instante de alegria, entre as paredes de onde me encontrava, que a cada dia mais guardam suas lições, parecia sorrir para mim.
O acontecimento não se resumiu a simples cerimônia, foi o ingresso em uma linhagem de homens e mulheres que deram ao verbo a dignidade de permanecer vivo, pois a cada conto, poema ou ensaio ali preservado, percebi que me somava a uma corrente maior, feita de histórias, segredos e esperanças.
Assim, tornei-me parte de uma eternidade, aquela que se escreve, canta e guarda em livros que jamais deixam de respirar. Na verdade, para mim é privilégio raro ser convidado a compartilhar a mesa dos que, com sua escrita, garantiram que o Rio Grande do Norte quiçá o Brasil, fosse maior do que o silêncio.
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