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O Palco Giratório da Informação
								“Apocalípticos e Integrados” é uma obra de Umberto Eco que, francamente, penso que todos que se preocupam com os efeitos da cultura de massa na formação da personalidade deveriam ler e, após isso, refletir serenamente a respeito dos seus apontamentos e considerações.
De todas as advertências, há uma que considero basilar: o fato de que boa parte das pessoas que reconhecem os males fomentados pela indústria cultural frequentemente são incapazes de perceber o quanto ela mesma afeta sua visão deformada e deformante da sociedade e de si mesmas.
Todos nós, em maior ou menor medida, fomos e somos afetados pela cultura de massa. Podemos afirmar, sem medo de errar, que ela é, para todos nós, como o ar que respiramos: está presente em tudo, em todos e, é claro, em nós também.
Por isso, como nos lembram tanto Umberto Eco quanto Vargas Llosa, devemos nos manter vigilantes com relação a tudo aquilo que cremos ser a nossa mais lúcida e crítica opinião, porque muitas vezes ela não passa de um simples subproduto da mentalidade massificante que passou a fazer morada em nossa consciência sem pagar aluguel.
Ou, como bem nos adverte Ortega y Gasset, muitas vezes aquilo que soberbamente chamamos de nossa opinião “criticamente crítica” não passa de um estranho que nos habita, apenas uma macaqueação de uma corrente de opinião que está circulando pelos quatro cantos digitais deste mundão de meu Deus.
Não apenas isso. Somos convidados pela cultura de massa a sempre ter uma opinião deformada sobre tudo, a respeito de incontáveis temas sobre os quais nunca paramos para refletir. Pior! Nossa opinião irrefletida sobre inúmeros assuntos, invariavelmente não tem relevância alguma para o desenrolar dos fatos, mas nos dá aquela falsa sensação de que estamos fazendo algo importante, que estamos agindo de forma crítica e, é claro, consciente.
Tanto é assim que o consumo conspícuo de produtos da indústria cultural não nos propicia um sentido de aprofundamento e compreensão, mas apenas um desejo de consumir mais traquitanas similares, num loop sem fim.
Aliás, essa é a forma como muitas vezes nós consumimos notícias e esse comportamento compulsivo, diga-se de passagem, não contribui em nada para a autonomia do nosso pensamento, da mesma forma que ficar em negação não muda em nada essa situação, não mesmo.
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