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Doutor Honoris Causa da Universidade Santa Úrsula

Que perda sofrida!
Foi assim que me senti, pela manhã, quando fui alertado pela minha esposa Ruth de que tínhamos uma péssima notícia: aos 84 anos de idade, havia falecido o cineasta Cacá Diegues.
Uma grande perda para o cinema brasileiro, onde havia produzido os clássicos “Bye Bye Brasil”, “Tieta” e “Deus é brasileiro”, além de outros. Era detentor da cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras.
No meu caso, tive uma relação de boa amizade com o seu pai, o sociólogo Manuel Diegues Jr., com quem convivi no antigo Conselho Estadual de Cultura. Era também uma figura notável.
Cacá sofreu inúmeras perseguições políticas, mas foi uma das figuras centrais do Cinema Novo, ao lado de Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e outros cineastas de renome.
Considerado poeta das imagens, viveu para o cinema, como demonstrou com o seu épico “Xica da Silva”. Era um apaixonado pelo Brasil, também escritor de renome, tendo se formado em Direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Pode-se afirmar que o seu cinema novo mudou o sentido da cultura no Brasil. Antes de ser operado, o que lhe causou a morte, dava os retoques finais no seu último filme, que é “O grande circo místico”, que ainda não foi lançado. Um grande e consagrado pensador, deixou a frase que marcou sua conduta: “A vida vale a pena”. Encarnou sempre a esperança em todas as suas obras.
Para Walter Salles, Cacá era um mestre amoroso e lúcido. O presidente Lula afirmou que Cacá levou o Brasil e a cultura brasileira para as telas do cinema e conquistou a atenção de todo o mundo. O ator Antônio Pitanga afirmou, enlutado, que “o cinema brasileiro está vivo por causa dele” e Sônia Braga disse que ele mereceria todas as homenagens do mundo por ser humano, doce e íntegro. Suas obras imortais ajudaram a compreender o país. Como disse Lucy Barreto, no seu Bye Bye Brasil tinha a alegria e a picardia do povo brasileiro. Os elogios a Cacá Diegues são incomensuráveis e, sobretudo, mais do que merecidos.
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