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As aflições do enem
Sabe-se que a China, hoje em dia, forma 4,7 milhões de graduados em tecnologia, engenharia e matemática. Com uma vantagem: lá não existe Enem, que trouxe graves aflições à educação brasileira.
Nossos jovens, que estão visivelmente cansados de tanto mexe-mexe, têm de enfrentar quatro áreas básicas (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas), para depois escolher entre duas opções na segunda etapa. A conclusão de muitos educadores é que se ensina muito, mas se aprende pouco, num sistema notoriamente ineficiente. Assim, como não entender que milhares de jovens estejam desistindo da escola? Segundo dados oficiais, só em 2021 cerca de 420 mil alunos abandonaram os estudos, causando terrível mal à nossa educação. Infelizmente, isso é irreparável.
Não se tem uma noção exata de como ficará o Enem. Isso causa uma tremenda insegurança naqueles que prosseguem nos estudos, devendo enfrentar quatro áreas de interesse. Foram inventados os chamados itinerários formativos, mas qual o seu destino?
Aumentar o número de horas de aulas anuais de 2400 para 3000, ao longo dos três anos de formação, é por certo uma boa ideia. Sessenta por cento são destinados à formação básica obrigatória e os 40% restantes ficam para o que se convencionou chamar de “parte flexível”. Mas algumas escolas não compreenderam o alcance do projeto e chegaram ao cúmulo de oferecer curso de confecção de brigadeiros...
A freada do MEC deixou 7,5 milhões de estudantes na incerteza. Na verdade, para que perder tempo com aulas extras que desprezam o conteúdo tradicional? É assim que se vai preparar o alunado para os exames do Enem, visando a frequência às universidades?
Se há uma notória insatisfação com o atual panorama, é claro que providências precisam ser tomadas, mas com rigorosa segurança. Os que insistem em estudar estão perdidos no meio do caminho e isso não é desejável. A persistir o quadro atual melhor seria que se mantivesse o esquema antigo. Pelo menos daquela forma o país andava.
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