Alagoas
HUPAA realiza Mutirão de Saúde Indígena e Quilombola com 110 atendimentos
Foram consultas, exames e cirurgias em especialidades como ginecologia, cardiopediatria e oftalmologia
Maceió (AL) – O agricultor José da Silva, 62 anos, é indígena da etnia Jeripankó, da cidade de Pariconha, no Alto Sertão de Alagoas. No dia 8 de novembro, ele foi atendido no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA-Ufal), durante o primeiro Mutirão de Saúde Indígena e Quilombola, promovido pelos hospitais universitários administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
José da Silva contou que sofre com dores abdominais e possui algumas condições de saúde como aumento da próstata, pedra nos rins e problema na vesícula. Graças ao mutirão, ele conseguiu realizar uma ultrassonografia total do abdômen para dar continuidade às próximas etapas do tratamento. “Se não fosse esse mutirão, eu precisaria trabalhar muito para conseguir pagar esse exame. Além disso, o atendimento aqui é muito bom”, relatou.
Em Alagoas, foram realizados 14 exames e 96 consultas nas especialidades de cirurgia geral, ginecologia, proctologia, cardiopediatria, otorrinolaringologia e oftalmologia. O serviço contemplou quilombolas e indígenas de nove municípios alagoanos, com atendimento às etnias Kariri-Xocó, Xukuru-Kariri, Karapotó Terra Nova, Karapotó Plaki-ô, Jeripankó, Kalankó, Karuazu, Koiupanká e Wassu-Cocal. No estado, há mais de 25 mil indígenas.
O coordenador distrital de Saúde Indígena de Alagoas e Sergipe, Tanawy Kariri, ressaltou a importância da iniciativa e elogiou o trabalho realizado pelo HUPAA-Ufal junto à comunidade indígena. “No HU sempre encontramos o acolhimento que tem feito a diferença para nossas comunidades indígenas. O apoio que recebemos e o trabalho que o hospital vem fazendo é fundamental, pois se o HU parar, Alagoas para”, avaliou Tanawy.
Atendimento especializado
Em toda a ação pelo país, 2.298 atendimentos – entre 1.376 exames e procedimentos, 854 consultas, 23 cirurgias e 45 internações – foram prestados à população indígena e quilombola durante o mutirão realizado entre os dias 3 e 8 de novembro em 11 unidades hospitalares vinculadas à Rede Ebserh.
A iniciativa, parceria entre o Ministério da Saúde e a Ebserh, está alinhada ao programa “Agora tem Especialistas”, do Governo Federal, e integrada ao “Dia E – Ebserh em Ação”. O principal objetivo é ampliar o acesso a consultas e exames especializados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de promover o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a continuidade do cuidado para as comunidades indígenas e quilombolas.
O superintendente do HUPAA-Ufal, Célio Rodrigues, declarou que o objetivo é zerar a fila dos povos originários que estava represada no SUS. “Neste mutirão, realizamos uma triagem com exames de imagens e consultas em diversas áreas para que no próximo mutirão, que será realizado no dia 13 de dezembro, possamos realizar as cirurgias das pessoas que foram atendidas hoje”, explicou.
Ebserh em Ação
O Mutirão de Saúde Indígena e Quilombola está integrado ao “Dia E – Ebserh em Ação”, um programa contínuo em que já foram realizadas mais de 400 atividades ao longo do ano com o principal objetivo de reduzir o tempo de espera por atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Essas mobilizações nacionais foram idealizadas pela estatal, em parceria com o Programa “Agora Tem Especialistas”, do Ministério da Saúde (MS).
A última edição do Dia E ocorreu em 13 de setembro com 34.290 atendimentos. Ao todo, foram realizadas 1.666 cirurgias, 4.043 consultas e 28.581 exames e procedimentos. O valor representa um aumento de 175% nos procedimentos realizados na primeira edição do mutirão, em 5 de julho. O terceiro Dia E já está previsto para dezembro, mês de aniversário dos 14 anos da Ebserh.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Mais lidas
-
1CIÊNCIA E ESPAÇO
Erupções solares intensas agitam o Sol e podem impactar a Terra
-
2RELATOS SOBRE O CASO
Homicídio de médico em Arapiraca foi motivado por quebra de medida protetiva e disputa por guarda da filha
-
3MUDANÇA INTERNA
Nubank enfrenta protestos e demissões após anúncio de regime híbrido
-
4SÉRIE B DO BRASILEIRO
Novorizontino e Remo empatam em duelo direto e mantêm indefinição na briga pelo acesso
-
5POLÊMICA
Inversão de valores: Suzane von Richthofen agradece seguidores após alcançar 100 mil no Instagram