Alagoas
Em novembro, na cidade de Maceió, 9ª do Festival Carambola homenageia o Rio São Francisco e reúne nomes de destaque na música brasileira

O Festival Carambola chega à sua 9ª edição no dia 1º de novembro de 2025, em Jacarecica, no litoral norte de Maceió, homenageando o Rio São Francisco. O line up completo do evento inclui: Luedji Luna (BA), Marina Sena (MG), Saci (AL), Fidellis (AL), Bárbara Castelões convida Wilma(AL), Grupo Sabuká Kariri-Xocó (AL) convida Héloa (SE), Zé Manoel (PE) convida Juçara Marçal (RJ) e DJs Thuppa (AL), Erika Morais (AL/SP) e Gigis Banks (AL).
Os ingressos do Festival Carambola 2025 estão disponíveis para venda via Shotgun.
Sobem ao palco do Carambola duas artistas indicadas ao Grammy Latino em 2025: a baiana Luedji Luna traz para Maceió show inédito que mescla jazz, soul, hip hop e música popular brasileira, reunindo os sucessos dos álbuns “Um Mar Para Cada Um” e “Antes Que A Terra Acabe”, lançados ambos neste ano. Já Marina Sena apresenta repertório baseado em “Coisas Naturais” (2025), álbum que reúne diversas referências sonoras e reforça a verve compositora da artista mineira.
Saci é um rapper alagoano com dez anos de carreira e se destaca pela originalidade de rimas afiadas ao trazer as periferias de Maceió para suas músicas. Fidellis, cantor e sanfoneiro alagoano, promete um arrasta pé daqueles para dançar juntinho, num show que enaltece o baião e mescla elementos do forró tradicional com a vivência do litoral alagoano.
A edição de 2025 do Festival Carambola também abre espaço para encontros emocionantes, como o de Bárbara Castelões, jovem cantora alagoana que ganhou destaque após lançar seu EP “Eclíptica” (2022), com Wilma, cantora de MPB e uma das vozes mais marcantes de Alagoas. Juntas, elas farão um show em celebração à força da criação autoral feminina do estado.
Vale frisar que o poder criativo das regiões cortadas pelo Velho Chico também se revela no encontro do Grupo Sabuká Kariri-Xocó (AL) e Héloa (SE). Unidos pelas águas que ligam Alagoas e Sergipe, eles transformam em música a força ancestral desse território. O toré dos Kariri-Xocó dialoga com a voz potente de Héloa, criando uma sonoridade que celebra a tradição por meio da invenção.
Zé Manoel, cantor e pianista pernambucano, traz para Maceió um espetáculo inédito, construído a partir de “Coral”, seu mais recente álbum. E ele não chega só: o acompanha neste show a cantora e compositora carioca Juçara Marçal, que imprime na força e experimentação em tudo que canta. Seja em sua carreira solo, marcada por álbuns como “Encarnado” e “Delta Estácio Blues”, quanto no trabalho com o trio Metá Metá. O encontro reúne dois nomes que renovam a música brasileira atual, combinando sensibilidade e força interpretativa.
Erika Morais, jornalista, DJ e pesquisadora paulista, porém criada em Alagoas, apresenta sua curadoria groovada, que passa pelo samba rock, funk soul e samba jazz, tudo direto no vinil. A DJ e performer alagoana Gigis Banks, influenciada pela cultura ballroom, leva ao Carambola sets que mesclam o huse, pop e brasilidades ao vogue beat. E o line-up fica completo com as “pedras” do DJ Thuppa, também de Alagoas e referência do reggae no estado. Ele movimenta as noites de Maceió há décadas e chega ao palco do Carambola trazendo toda mística das radiolas de reggae.
“A curadoria deste ano seguiu o fluxo do Rio São Francisco e seus ensinamentos. Escalamos atrações oriundas do estados cortados pelo rio, mas não só. Estão presentes outros nomes e conceitos que trazem essa ideia do mergulho, de pesquisas musicais aprofundadas e diversas, como se fossem afluentes estéticos. Acreditamos contemplar demandas do público alagoano e, ao mesmo tempo, manter uma linha que mistura o novo com o mais antigo, o pop com o erudito, entre outras confluências”, reflete Lili Buarque, diretora de programação e curadora do Festival Carambola.
Rio Opará São Francisco
Seguindo as edições anteriores, em 2025 o Festival Carambola reafirma seu compromisso de valorização da cultura alagoana pautando seu conceito artístico e identidade visual a partir de um tema central. O escolhido deste ano foi o Rio São Francisco, também conhecido como Rio Opará ou, simplesmente, Velho Chico.
Fonte de vida, inspiração artística e palco de tradições populares, o Velho Chico conecta territórios e abastece comunidades há séculos. Suas águas já inspiraram nomes da música brasileira como Luiz Gonzaga, Caetano Veloso, Moraes Moreira, Alceu Valença, Djavan e Maria Bethânia.
No sertão alagoano, mantém vivas manifestações como a Chegança do Bom Jesus dos Navegantes, o Bordado Boa Noite da Ilha do Ferro e o Guerreiro de Igreja Nova, além de atravessar territórios indígenas como o dos Kariri-Xocó.
Além de seu papel cultural e simbólico, o rio enfrenta graves ameaças ambientais. Uma pesquisa da Universidade Federal de Alagoas, realizada em 2024, aponta que nos últimos 30 anos a vazão do rio diminuiu em até 60%, devido a graves processos de secas, degradação da vegetação e desertificação.
“Escolher o São Francisco como tema é um gesto de celebração e também de alerta. Em um ano de COP 30 no Brasil, isso dialoga diretamente com as urgências da crise climática e reforça o compromisso do Carambola com a preservação, a sustentabilidade e a transformação através da cultura”, aponta Didi Magalhães, diretora artística do Festival Carambola.
Os ingressos do Festival Carambola 2025 estão disponíveis para venda via Shotgun.
Mais lidas
-
1VOO DE GALI NHA
TV Asa Branca estreia como afiliada da Globo em Alagoas, mas sinal chega a apenas três cidades
-
2INOVAÇÃO
Obra da Marginal do Piauí recebe moderna sinalização termoplástica em Arapiraca
-
3FUTEBOL
CSA e ASA podem ser beneficiados com “virada de mesa” da CBF
-
4EDUCAÇÃO
Prefeitura de Maceió assumirá controle do CESMAC a partir de janeiro
-
5JUSTIÇA
Após decisão do STF, TV Asa Branca assume lugar da TV Gazeta como afiliada da Globo em AL