Alagoas
Pesquisadores registram espécies inéditas de anfíbios na APA do Catolé e Fernão Velho

IMA desempenha papel ativo na defesa da Unidade de Conservação. Açude do Catolé, um dos maiores corpos d’água da APA do Catolé e Fernão Velho. Foto: Marcos Dubeux
A atuação da ciência é essencial para a defesa ativa da natureza, valorizando a fauna e flora através do conhecimento. Pesquisadores alagoanos encontraram na Área de Proteção Ambiental (APA) do Catolé e Fernão Velho duas espécies de anfíbios ainda não registradas na região. O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) realiza trabalhos contínuos na Unidade de Conservação (UC).

Rã-manteiga (Leptodactylus latrans) fotografada na APA do Catolé e Fernão Velho. Foto: Marcos Dubeux
Marcos Dubeux, alagoano doutorando em Biologia Animal na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), revelou surpresa ao se deparar com as espécies de rã-manteiga (Leptodactylus latrans) e rãzinha-deprimida (Stereocyclops incrassatus).
“Foi a primeira vez que encontrei a rãzinha-deprimida em Alagoas. Já a Leptodactylus latrans é uma rã-manteiga que eu desconhecia, parente da Leptodactylus macrosternum”, comenta Marcos.
Esses novos registros elevam a APA do Catolé e Fernão Velho à segunda maior riqueza de anfíbios em Alagoas, com a documentação de 42 espécies.

Rãzinha-deprimida (Stereocyclops incrassatus) fotografada na APA do Catolé e Fernão Velho. Foto Marcos Dubeux
“É surpreendente porque a área não é muito extensa e está localizada em área bastante antropizada. Espera-se que tivesse baixa diversidade, por estar em volta de áreas urbana, principalmente pela capital, mas ela é a segunda maior riqueza de anfíbios no estado, inclusive com uma espécie endêmica, a Ololygon skuki”, conclui.
O IMA trabalha de forma contínua para defender a Unidade de Conservação e preservar as riquezas da região. Vanessa Lessa, consultora ambiental do Instituto, é gestora da APA do Catolé e Fernão Velho. Ela explica que seu trabalho é de atuação em várias frentes.

Girino de rãzinha-deprimida (Stereocyclops incrassatus) fotografada na APA do Catolé e Fernão Velho. Foto: Marcos Dubeux
“Envolve, principalmente, a fiscalização e o monitoramento periódico da UC, para prevenir irregularidades e possíveis danos ao meio ambiente, assim como coibir para infrações ambientais constatadas. Além disso, há uma participação da gestão da APA na análise de processos de licenciamento de empreendimentos que são abrangidos pela UC, a fim de melhor nortear os técnicos responsáveis pela análise do processo, expondo, por exemplo, quais as restrições da APA para o tipo de atividade ou área solicitados”, detalha.
Preservar uma área de Unidade de Conservação no meio de uma área antropizada e de constante expansão urbana é um desafio refletido no dia a dia de Vanessa, enquanto gestora da APA. Segundo ela, a maioria das infrações ambientais que encontra estão relacionadas com a construção de ocupações irregulares e a disposição inadequada de resíduos sólidos.
Todo cidadão pode contribuir registrando a ocorrência de crimes ambientais no aplicativo IMA Denuncie, disponível para Android e iOS.
É de grande importância a atuação do IMA, órgãos competentes e sociedade civil na defesa da APA do Catolé e Fernão Velho, para que a fauna e flora locais, preservadas, possam ser objeto de mais pesquisas que valorizem a riqueza ambiental de Alagoas à comunidade científica.
Mais lidas
-
1DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado
-
5DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados