Política
Corrida eleitoral pega fogo com manipulações judiciais e a “rasteira”, o esporte preferido do alagoano
A eleição nem começou e a rasteira já voltou a ser o esporte mais praticado em Alagoas. Já era no passado, inclusive citado em um dos famosos artigos de Graciliano Ramos no jornal “O Índio” de Palmeira dos Índios. O jovem jornalista (tinha apenas 29 anos) em tom irônico referia-se à rasteira como esporte nacional por excelência e superior ao futebol, que considerava “fogo de palha”.
Na verdade, Ramos ironizava a política local, cheia de artimanhas, onde trapacear, manipular e dar rasteira eram prioridades na nobre atividade de servir ao povo.
Agora em Alagoas, vimos estupefatos, políticos que dizem fazer a “nova política” tentar utilizar-se da máquina judiciária para paralisar uma eleição legítima, onde a composição política, independente de ter escolhido antecipadamente seu vencedor (leia-se Paulo Dantas) não é culpada pela fragilidade do protagonista da oposição.
Sim! Rodrigo Cunha (UB), hoje é o mais frágil dos pré-candidatos ao governo. As vozes das redes sociais onde ele investe muitos recursos estão aí para traçar o perfil de senador inapto, que vive em cima do muro ou sob as sombras de gente como o deputado Arthur Lira (PP), avalista do governo Bolsonaro que leva a economia e a sociedade brasileira à bancarrota.
Paulo Dantas (MDB), após confirmada sua eleição, tomará posse no governo hoje, amanhã ou qualquer hora – pois assim diz a Constituição alagoana e também o acordo firmado entre seus pares e ele terá urgência em mostrar serviço e tentar acompanhar Rui Palmeira (PSD) que corre solto pela raia da liderança ao governo, segundo pesquisas de opinião divulgadas até aqui.
Porém, todo cuidado é pouco. Os neo-bolsonaristas, apoiados por Arthur Lira, são capazes de tudo para levantar o “defunto” e até tentam golpear a Constituição estadual, denunciou no twitter o senador Renan Calheiros (MDB) .
“A petição de Lira é litigância de má-fé, amadora e expõe irresponsavelmente o STF. A jurisprudência é farta. Trata-se de realização de eleição, mandamento da Constituição estadual, reproduzindo a Constituição Federal. Porque litiga Lira? Para cancelar a eleição”.
A petição de Lira é litigância de má-fé, amadora e expõe irresponsavelmente o STF. A jurisprudência é farta. Trata-se de realização de eleição, mandamento da Constituição estadual, reproduzindo a Constituição Federal. Porque litiga Lira? Para cancelar a eleição.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) May 2, 2022
Arthur Lira, o avalista de Bolsonaro, se intitula pedra no caminho de Renan: “No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/tinha uma pedra/no meio do caminho tinha uma pedra. A pedra no caminho de Renan sempre foi e será A LEI!
No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/tinha uma pedra/no meio do caminho tinha uma pedra.
A pedra no caminho de Renan sempre foi e será A LEI!
— Arthur Lira (@ArthurLira_) May 1, 2022
Na verdade ele está sendo pedra no caminho dos alagoanos que deseja ver a ordem constitucional restabelecida, haja vista não termos governador e nem vice definitivos, mesmo que seja tampões.
A eleição de outubro está apenas começando. E pelo jeito, a rasteira voltará com tudo na política local.
Por isso não esqueçamos o mestre Graça: “A rasteira! Este, sim, é o esporte nacional por excelência! Todos nós vivemos mais ou menos a atirar rasteira uns nos outros. Logo na aula primária habituamo-nos a apelar para as pernas quando nos falta a confiança no cérebro — e a rasteira nos salva. Na vida prática, é claro que aumenta a natural tendência que possuímos para nos utilizarmos eficientemente da canela. No comércio, na indústria, nas letras e nas artes, no jornalismo, no teatro, nas cavações, a rasteira triunfa.
Cultivem a rasteira, amigos!”
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