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O menino e o cordel
Na então Vila de Paulo Jacinto, fundada pelo meu abastado trisavô lusitano Lourenço Ferreira de Melo Sucupira da Veiga, aportou do Valle do Parayba em 1838, comprou léguas de terras, edificou a Capela São Lourenço. A casa-grande para iniciar o processo civilizatório do hoje município desmembrado de Quebrangulo no dia 2 de dezembro de 1953.
Recebi, com muito prazer, o bonito livro do ilustre conterrâneo José Alberto Costa – O Menino e o Cordel – prefaciado pelo colega Zé Reinaldo, médico-escritor, poeta e trovador. “Atribuí ao Zé Alberto o cognome de Mestre das Décimas Perfeitas, e em homenagem ao grande poeta, coloquei seus poemas em meu segundo livro denominado de Poemas e Reflexões, páginas 203 a 212”.
O poeta nasce, o escritor se faz. A máxima vem de longe. Zé Alberto se enquadra nessa verdade popular. Menino ainda, percorria as feiras à procura de folhetos de Cordel com o propósito de ouvia cantadores e às vezes, comprar a fim de começar sua cultura na literatura de Cordel. Hoje, amadurecido na peleja da vida, desfrutando sua merecida aposentadoria na bucólica Paripueira, brinda-me com sua genialidade dois livros do mesmo gênero.
“Nasci em Paulo Jacinto/ Estado de Alagoas/Em maio de trinta e seis / No tempo das coisas boas / Eu fui criança feliz/Virei eterno aprendiz/Observando as pessoas”. Minha mãe gostava muito/ De ler os grossos romances/ dos escritores famosos/Bem fora dos meus alcances/ Eu ficava nos quadrinhos-De heróis engraçadinhos/Aguardando minhas chances”.
Ex-secretário de Comunicação de Theobaldo Barbosa, diretor do extinto Produbam, mantinha uma coluna literária lida pelos amantes da poesia. Simples, educado, conversador, e, sobretudo, amigo leal. No dia a dia, envia-me versos que me encantam. Eu, por exemplo, admiro Zé Limeira, Zé da Luz, Normando Vasconcelos, Jader Tenório, Manoel Neném, e tantos outros cantadores de violas e repentistas.
Zé Alberto, desculpe-me não sei rimar. Fiz Economia, depois me casar. Jornalista que virei articulista dos Semanários Tribuna do Sertão, A Notícia e do Diário Tribuna Independente. Aos 75 anos, escrevo súmulas de livros que alguns leitores leem. Felicito-o pela tirada de cordel e, ao mesmo tempo, permita-me dizer: Não sou poeta, não faço versos, nem rima, sou apenas um mortal cumprindo a própria sina. Zé, somos conterrâneos amantes da literatura de cordel. Você tornou-se menestrel com seu livro O Menino e O Cordel.
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