Política
[Conversa com Bial] Collor diz que impeachment sofrido foi golpe; com Dilma houve excesso e contra Bolsonaro é piada
O senador Fernando Collor (PROS) concedeu uma entrevista ao jornalista Pedro Bial, no programa Conversa com Bial, exibido na noite de ontem (22) na Rede Globo.
Collor respondeu a várias indagações do jornalista a respeito de sua trajetória política, do impeachment sofrido durante seu mandato na presidência da República, sobre o processo criminal a que está respondendo no STF, sua ativa participação nas redes sociais e a aproximação com o presidente Bolsonaro.
Na conversa, Pedro Bial relembrou críticas por Bolsonaro nos anos 1990, quando era deputado e votou pelo impeachment de Collor. Em seguida, cita um elogio feito pelo presidente em novembro do ano passado. Em sua resposta, Collor cita a peça “Pequenos Burgueses”, de Máximo Gorki: “O mundo passa, e quem com ele não passa, fica. Todos nós temos opiniões”.
Impeachment
O ex-presidente avaliou seu impeachment como golpe político, uma justificativa que o Congresso Nacional tomou em virtude de sua posição em não abrir espaços na estrutura de governo para os parlamentares.
“O Congresso Nacional, em função de eu não estar abrindo os espaços que desejavam no meu governo, por não estar oferecendo a eles as benesses que eles estavam se julgando necessitados e sobretudo pelo enfraquecimento do meu governo com a volta da inflação, eles se aproveitaram disso, instrumentalizaram a lei e projetaram meu processo de afastamento da presidência da República.”
Em relação a Dilma Rousseff, Collor disse que o impeahment da ex-presidenta ocorreu “in extremis”, com excesso. Ressaltou que as chamadas “pedaladas fiscais” poderiam ser corrigidas sem a necessidade do impedimento de Rousseff.
“No Impeachment da presidente Dilma tinha um fato constatado que era a questão das pedaladas. Naturalmente isso foi levado in extremis, foi levado numa potência máxima, poderia ter sido entendido como uma manobra contábil, e que poderia ter sido corrigida. Mas em função, exatamente, também, da então presidente Dilma não contar no Congresso Nacional com maioria parlamentar que lhe desse sustentação foi feito o impeachment, sendo que, no caso dela, havia, sim, motivos para poder tangenciar o crime de responsabilidade, das chamadas pedaladas, que o governo dela cometeu.”
Quanto aos 60 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro (hoje seu aliado político) classificou os mesmos como piada.
Collor negou a possibilidade de assumir o Ministério das Relações Exteriores, apesar de declarar que é afeito ao tema e que em seu governo tirou o país do isolamento com o restante do mundo.
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