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Pompeo vai a sete países defender liberdade religiosa

17/11/2020
Pompeo vai a sete países defender liberdade religiosa

Autor da frase “faremos uma transição suave para o segundo mandato de Donald Trump”, Mike Pompeo iniciou nesta terça-feira (17) um giro pelo Oriente Médio dois meses antes de entregar o Departamento de Estado ao sucessor que Joe Biden escolher. Um dos temas da viagem é a defesa da liberdade religiosa, que na prática simboliza uma cruzada contra a chamada “cristofobia”. Pompeo é evangélico. O outro é a promoção dos acordos que os Estados Unidos mediaram entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão.

Nesta terça-feira ele se reuniu em Istambul com o patriarca cristão ortodoxo Bartolomeu de Constantinopla. O governo turco reconverteu em julho a antiga basílica cristã de Santa Sofia em mesquita, anulando um decreto de 1934 que a havia dessacralizado e convertido em museu. O ato foi mais um passo do presidente Recep Tayyip Erdogan na islamização do Estado secular turco, construído por Mustafa Kemal Ataturk sobre os escombros do Império Otomano depois da 1.ª Guerra Mundial.

Pompeo não tem prevista reunião com representantes do governo Erdogan, embora os Estados Unidos e a Turquia sejam aliados na Otan. A visita incomoda o governo em Ancara. Na segunda-feira, 16, ele se encontrou em Paris com o presidente Emmanuel Macron, alvo de uma campanha de difamação de Erdogan, que afirma que ele deveria passar por um exame de sanidade mental por ter defendido o direito de exibir charges do profeta Maomé. O gesto em favor da liberdade de expressão, que provocou o massacre na redação da revista Charlie Hebdo em 2015 em Paris, levou um jovem imigrante de origem chechena a decapitar no dia 16 de outubro o professor de geografia e história Samuel Paty na capital francesa.

Da Turquia, Pompeo segue na noite desta terça-feira para Tbilisi, na Geórgia, um dos primeiros lugares onde o cristianismo criou raízes. O país é aliado dos Estados Unidos e adversário da Rússia. Lá ele deve se reunir na quarta-feira com o patriarca ortodoxo Ilia II, além do presidente Salome Zurabishvili, do primeiro-ministro Giorgi Gakharia, do chanceler Davit Zalkaliani e representantes da sociedade civil.

Depois Pompeo segue para Emirados Árabes Unidos, Catar, Arábia Saudita, Israel e dois territórios sob ocupação israelense: as Colinas do Golan e um assentamento judaico na Cisjordânia. Aparentemente ele pretende visitar um local de batismo dos primeiros cristãos no Rio Jordão.

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