Brasil

Desmatamento avança, enquanto Brasil enfrenta coronavírus

09/05/2020
Desmatamento avança, enquanto Brasil enfrenta coronavírus
Mata devastada por fogo em Rondônia, agosto de 2019

Mata devastada por fogo em Rondônia, agosto de 2019

Imagens recentes de satélite mostram que o desmatamento na Amazônia está crescendo em 2020: cerca de 1.202 quilômetros quadrados de floresta foram destruídos entre janeiro e abril, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

As cifras, divulgadas nesta sexta-feira (08/05), representam um acréscimo de mais de 55% em relação ao mesmo período do ano anterior, além de serem as mais altas para os quatro primeiros meses do ano, desde 2015. O fato é especialmente preocupante porque nesse período do ano, de chuvas abundantes, as perdas ambientais são normalmente menores.

A devastação é causada tanto por incêndios florestais quanto por atividades destrutivas ilegais. “Infelizmente, parece que devemos esperar para este ano mais quebras de recordes de incêndios e desflorestamento”, antecipa o ativista do Greenpeace Romulo Batista.

O estado do Amazonas tem sido um dos mais atingidos pela covid-19. Num país que se tornou o epicentro da pandemia na América do Sul, computando quase 150 mil casos e mais de 10 mil mortes, grande parte dos recursos nacionais tem ido para o combate ao vírus, o que, segundo os ativistas, implica dar-se menos atenção à deflorestação predatória.

O presidente Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas por seus parcos esforços em defesa de um dos ecossistemas mais diversificados do mundo. No início de maio, ele enviou o Exército para coibir a extração de madeira, agricultura e mineração ilegais, embora ambientalistas insistam que seria mais eficaz apoiar as agências ambientais brasileiras, as quais têm sofrido duros cortes desde o começo do mandato do político populista.

Em 2019, primeiro ano do negador da mudança climática na presidência, 10 mil quilômetros quadrados de mata sucumbiram a incêndios e desflorestamento ilegal, a grande maioria dos quais ocorridos entre maio e outubro. Ativistas do clima afirmam que o pior para o meio ambiente no Brasil ainda está por vir.