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Ténorio Cavalcanti

04/04/2020
Ténorio Cavalcanti

“Formado em Direito pela Faculdade Nacional do Rio de Janeiro, advogou em vários casos polêmicos como o de Araci Abelha, o de Dona Teffé, e o mais famoso, o crime do Socopã, defendendo o tenente Alberto Bandeira. Este caso agitou a imprensa carioca e a opinião pública nacional. Numa casa de taipa de barro, Tenório nasceu em 27 de setembro de 1906 no povoado Bonifácio, Zona Rural de Palmeira dos Índios, limítrofe com Quebrangulo.

Doutor Ivan Bezerra de Barros, promotor de justiça emérito, então repórter da extinta Manchete, pode-se dizer um escritor consagrado no seu tempo, memória privilegiada, trouxe à tona, a Saga/Obra de Natalício Tenório Albuquerque Cavalcanti. E por isso, notabilizou-se como melhor/maior historiador vivo da Terra dos Xucurus.

No livro Tenório Cavalcanti, além do mito “O Homem da Capa Preta”, descreveu com propriedade a história do benfeitor de Caxias, elegendo-se vereador e deputado federal cassado pela Revolução de 31 de março de 1964.

Inseriu na sua obra feitos do biografado, A casa do herói em Palmeira dos Índios, familiares, o tabelião Luiz de Barros, genitor do autor, Carlos Lacerda, aliado de Tenório, seu genro deputado Hydeck Freitas, Maria Tenório, sua genitora, com o autor José Wilker (in memorian), Juscelino Kubitschek morto em 22 de agosto de 1976, e outras personalidades nacionais.

Dir-se-ia  que se trata de uma obra memorialista, e, ao mesmo tempo, resgata suas obras sociais em prol dos humildes de Caxias.

Ivan Barros, por sua vez, conviveu com o biografado. E, portanto, fez justiça ao amigo que gostava de declamar versos de sua autoria: “Adeus sertão adorado/Adeus, vida dorida/Adeus terra de meus sonhos/Adeus paisagem querida/Adeus pedaço de terra/Terra da minha vida.”

Tenório Cavalcanti (1906-1987), em vida, fora um Dom Quixote caeté que lutou pela justiça para todos e, por isso, imortalizou-se como o defensor dos pobres.

Errou, certamente, mas deixou o exemplo de coragem enfrentando os algozes do poder daquela época. Foi o Homem, ficando o mito enaltecendo sua história de justiceiro.